Na sexta-feira (28), o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), faltou ao depoimento na Polícia Federal (PF) determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Após a ausência, o chefe do Executivo evitou atacar o magistrado no fim de semana.
De acordo com o jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”, em artigo publicado nesta segunda-feira (31), essa postura de não ataque é a desejada pelos assessores do presidente, que esperam que Bolsonaro adote esse comportamento a fim de não contribuir para a volta de um clima de guerra entre Executivo e Judiciário. Isso, em pleno ano de eleição.
Segundo o jornalista, a avaliação dos auxiliares de Bolsonaro é que o chefe do Executivo já mandou o recado que queria ao não comparecer ao depoimento no inquérito que investiga se Bolsonaro vazou dados sigilosos relacionados às urnas eletrônicas.
Nesse sentido, o conselho dado pela ala moderada do governo ao chefe do Executivo foi para que ele não acirre ainda mais os ânimos. Por outro lado, aliados de Bolsonaro mais radicais esperavam uma postura contrária à adotada, pois eles queriam que o presidente disparasse críticas ácidas contra Alexandre Moraes.
Depoimento à PF
O capítulo de sexta sobre o depoimento do presidente está longe de ser o último. Isso porque a PF ainda não informou, de forma oficial, que o presidente não compareceu ao compromisso. Segundo as informações, isso deve ser feito entre esta segunda e terça (01).
Somente depois disso é que o ministro Alexandre de Moraes definirá os próximos passos do inquérito. Em um primeiro momento, assim como publicou o Brasil123, o ministro do STF recusou o recurso da Advocacia-Geral da União (AGU) e o depoimento continua na agenda do inquérito.
Agora, a dúvida, conforme informou Valdo Cruz, é se Alexandre Moraes vai marcar uma nova data ou vai orientar a Polícia Federal a concluir o inquérito, mesmo sem Bolsonaro ter comparecido à oitiva.
Plenário do STF analisará o tema
Nesta terça, na volta dos trabalhos do Judiciário, o plenário deve analisar como deve ser o formato de um depoimento do presidente: presencial ou por escrito. Hoje, a expectativa dos aliados de Bolsonaro é que o presidente obtenha uma vitória parcial neste julgamento, com o STF decidindo que o chefe do Executivo é obrigado a depor, mas tendo ele a oportunidade de responder por escrito as perguntas.
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