O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou nesta terça-feira (22) que apoiará a candidatura à reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano. Segundo o parlamentar, a decisão acontece pelo que ele chamou de “coerência partidária”, visto que seu partido apoiará o chefe do Executivo e ainda está no comando da Casa Civil com Ciro Nogueira.
A declaração aconteceu durante um evento organizado pelo BTG Pactual. Na ocasião, Arthur Lira disse que, “neste momento, é necessário separar o presidente da Câmara do deputado”. “Por exemplo, o presidente do meu partido é o ministro da Casa Civil, hoje ele está licenciado do partido. Eu sou o presidente da Câmara”, começou a explicar o parlamentar.
“Então, ele tem uma atribuição e eu tenho outra. Eu não interfiro nas decisões partidárias e ele não interfere nas decisões da presidência da Câmara. Então, lógico que, por questão de coerência, eu não fujo, se o meu partido é da base do governo, o deputado Arthur Lira, no Estado, por coerência, deverá fazer campanha para o presidente Bolsonaro”, disse ele durante o CEO Conference 2022 do BTG.
Arthur foi eleito em fevereiro do ano passado. À época, anunciado como o “candidato de Bolsonaro” na Câmara, ele desbancou o favorito na disputa, o deputado Baleia Rossi (DEM), que era apoiado pelo até então chefe da Casa, o parlamentar Rodrigo Maia, que foi expulso do partido um tempo depois.
Promessas de Arthur Lira
Durante o evento, além de dizer que espera que o governo de Bolsonaro “se realinhe” e que, assim as “coisas entrem no eixo”, o presidente da Casa prometeu que neste ano, apesar das eleições, a Casa terá uma agenda “intensa” de votações.
“Vamos evitar que 2022 seja taxado de um ano de não funcionamento. Vamos funcionar na plenitude”, disse ele, que não confirmou se irá ou não concorrer às eleições como deputado federal novamente.
Defesa ao semipresidencialismo
Ainda no evento, Arthur Lira defendeu, novamente, que seja discutido a troca do sistema de governo brasileiro do presidencialismo para o semipresidencialismo. Neste segundo sistema, existe a distinção entre o chefe de Estado e chefe de governo – hoje, no Brasil, a mesma pessoa exerce os dois papéis.
No modelo proposto, o presidente seria eleito pelo povo e o primeiro-ministro pelo Congresso Nacional. Na visão do parlamentar, com o semipresidencialismo, evitaria-se o que ele chama de “cai, não cai, dos impeachments”.
Segundo ele, o correto é “esquecer a reforma da lei do impeachment” e ficar na mudança do sistema, pois, para ele, com o atual modelo, constata-se que existe uma dificuldade na realização de reformas “estruturantes”. Isso, conforme o chefe da Câmara, acontece por conta da instabilidade política.
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