Arthur Lira (PP), presidente da Câmara dos Deputados, tem ganhado apoio de seus pares nos últimos dias para uma eventual reeleição no próximo ano. O motivo: a saída em defesa da emenda do relator, mais conhecida como orçamento secreto.
Hoje, Arthur Lira tenta construir uma aliança que chegue tanto ao Centrão quanto ao Partido dos Trabalhadores do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e, assim, tê-lo como aliado preferencial. De acordo com informações da jornalista Ana Flor, da “Globo News”, o chefe da Câmara tem se reunido com núcleos que, juntos, podem somar 400 votos para ele nas eleições da Casa no ano que vem.
A iminente reeleição de Arthur Lira se tornou mais clara nesta semana após o deputado Luciano Bivar (União Brasil), presidente do partido que pretendia ser candidato ao comando da pasta, anunciar que sua legenda irá apoiar o atual chefe da Câmara.
Em entrevista ao canal, Luciano Bivar disse que o União Brasil acredita na imparcialidade de Arthur Lira ao justificar o anúncio de apoio. “Nós confiamos na sua imparcialidade, na sua defesa do Poder Legislativo, das nossas instituições e, por consequência, do estado de direito”, disse ele.
Já na quarta-feira (23), Arthur Lira agradeceu o movimento em prol de seu nome à reeleição na Câmara. “Eu agradeço, com muita emoção. Os partidos que vêm reunindo as suas bancadas e antecipando (o apoio) é porque sabem que nós precisamos fortalecer o movimento do Parlamento”, disse ele.
Recentemente, o Brasil123 publicou que até mesmo o PT pretende apoiar Arthur Lira, que apoiou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições deste ano. O apoio foi um pedido de Lula, que solicitou que a legenda não indicasse um nome próprio para disputar a presidência da Casa.
Na avaliação de Lula, deve-se evitar o que aconteceu em 2015 no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Na ocasião, o PT decidiu brigar com o então presidente da Câmara Eduardo Cunha e indicar um nome próprio para a chefia da Câmara.
Além de perder o braço de ferro, o Partido dos Trabalhadores acabou vendo o presidente da Casa aceitando pedido de impeachment de Dilma, que acabou sendo cassada no ano seguinte, dando lugar a Michel Temer (MDB) na presidência da República.