Arthur Lira (Progressistas), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou nesta quarta-feira (27) que tem plena confiança tanto no sistema eleitoral quanto na democracia do Brasil. A declaração acontece mais de uma semana depois de o chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), ter convocado embaixadores no Palácio da Alvorada para reiterar seus questionamentos sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas.
Nesta quarta, em entrevista coletiva, Arthur Lira afirmou que é desnecessário ter de se manifestar sobre o tema a todo momento, pois, segundo o presidente da Câmara, ele já manifestou sua confiança nas instituições por mais de 20 vezes. “A Câmara dos Deputados fala quando é necessário falar. Não quando querem obrigá-la a falar”, começou o chefe da Casa.
“Eu dei mais de 20 mensagens mundo afora e internas no Brasil de que sempre fui a favor da democracia e de eleições transparentes, e confio no sistema eleitoral. Não precisa qualquer movimento público ou político fazer com que isso se apresente de maneira sempre necessária”, disse Arthur Lira, completando que, em sua visão, as instituições no Brasil são fortes, perenes e “nunca serão redes sociais”.
Durante a coletiva, Arthur Lira, que não havia se pronunciado desde as declarações de Bolsonaro, mesmo após ter participado do lançamento da candidatura de Bolsonaro no último domingo (24), disse que não se pode banalizar o discurso das autoridades do país. “Não podemos banalizar as palavras das autoridades no Brasil. Não farão isso com a Câmara dos Deputados enquanto eu for presidente”, afirmou.
Segundo Arthur Lira, em situações como essa, de uma eminente crise institucional, o que deve ser deixado claro é que os deputados estão trabalhando pelo melhor ao Brasil. “Aqui não falo como presidente da Câmara. Falo como membro, deputado eleito de Alagoas que momentaneamente ocupa a presidência da Câmara com muito orgulho e confiança de todos os nossos pares”, disse ele, finalizando que espera “união de forças de todo o Brasil para que a gente tenha um futuro que nós estamos desenhando com muito sofrimento nos últimos quatro anos”.
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