Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, afirmou nesta terça-feira (22) que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, tem que explicar o conteúdo divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo”. Assim como mostrou o Brasil123, no áudio em questão, o chefe da pasta afirmou que o presidente da república, Jair Bolsonaro (PL), está priorizando a liberação de recursos do Ministério da Educação (MEC) para prefeituras que negociaram o repasse com dois pastores, que não possuem nenhum vínculo com a pasta.
Nesta terça, em entrevista a jornalistas ao sair da Câmara, Arthur Lira, sem criticar diretamente Milton Ribeiro, relatou que não chegou a ouvir o áudio completo. Apesar disso, afirmou que o conteúdo “extrapola a atividade do ministro”. Além disso, ele ainda cobrou explicações sobre a denúncia de “pedido especial” feito ao presidente.
“Ele tem que se explicar em relação a isso. Não pode haver dúvidas com relação à seriedade, tanto do trabalho do ministro quanto do ministério. Não ouvi o áudio, não sei da situação. Vamos ver, esperar. Cada um tem o direito de se posicionar. Se houve alguma coisa que foge do padrão do trabalho do ministro e seus funcionários, deve ter repercussão com relação a esse fato”, disse Arthur Lira.
Presidente do Senado também comentou o caso
Além de Arthur Lira, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também comentou o caso e cobrou explicações de Milton Ribeiro. “Quero ouvir as explicações do ministro. O caso precisa naturalmente ser explicado, esclarecido e demonstrar que não houve qualquer tipo de favorecimento. Vou aguardar o desdobramento”, afirmou ele no começo da noite desta terça.
O áudio do ministro
O áudio atribuído ao ministro foi revelado na madrugada de terça. Na gravação, ele afirmou que a pasta tem como uma de suas prioridades atender todos que são amigos do pastor Gilmar Santos. Outro líder religioso, Arilton Moura, também foi citado.
Após a repercussão, Milton Ribeiro divulgou uma nota afirmando que, “diferentemente do que foi veiculado, a alocação de recursos federais ocorre seguindo a legislação orçamentária, bem como os critérios técnicos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE)”. Ele também negou qualquer interferência de Bolsonaro na pasta.
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