O deputado Luis Miranda (DEM-DF) terá que comentar no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados as acusações que ele fez durante seu depoimento na CPI da Covid-19. A informação foi revelada nesta terça-feira (03) pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Também nesta terça (03), uma reportagem do jornal “O Globo” revelou que, em depoimento à Polícia Federal (PF), Luis Miranda acusou o presidente da Câmara de pressionar o ex-ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello. “A respeito das declarações dadas pelo deputado Luís Miranda, as mesmas devem ser respondidas pelo ex-ministro Eduardo Pazuello”, começa Arthur Lira em uma nota encaminhada à imprensa.
“Sobre as demais informações propagadas, o deputado deverá responder no foro adequado, que é o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados”, completa o presidente da Casa. De acordo com a matéria do “O Globo”, à Polícia Federal, no inquérito sobre a Covaxin, Luis Miranda disse que teve um encontro com Pazuello em um voo entre Brasília e São Paulo.
À época, em março, o general ainda estava à frente da Pasta e, Luis Miranda, auxiliado por um irmão, que é servidor no Ministério da Saúde, estava buscando informar o presidente sobre possíveis irregularidades no contrato de compra da vacina indiana.
“Eu disse: Pazuello, tá tendo sacanagem no teu ministério. Tem que agir, mermão”, disse o deputado em vídeo publicado pelo “O Globo”. Ainda conforme a matéria, Pazuello teria respondido: “Sacanagem tem desde que eu entrei”. Em seguida, o ex-ministro teria completado que recebeu uma pressão e que não saberia nem como resolver.
Nesse sentido, Luis Miranda teria perguntado de quem teria vindo essa pressão, e o general respondeu: “Do Arthur Lira, p#rr… O Arthur Lira colocou o dedo na minha cara e disse: ‘Eu vou te tirar dessa cadeira’, porque eu não quis liberar a grana pra listinha que ele me deu dos municípios que ele queria que recebesse. Ele bota o dedo na minha cara”, afirmou Pazuello.
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