O deputado estadual Arthur do Val (União Brasil) vai renunciar ao seu mandato nesta quarta-feira (20), informou o portal “UOL”. Assim como vem publicando o Brasil123, o parlamentar enfrenta um processo de cassação na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Ainda conforme o “UOL”, na renúncia, que vai ser protocolada nesta quarta na Alesp, Arthur do Val afirma que está sendo “vítima de um processo injusto e arbitrário”. “Vou renunciar ao meu mandato em respeito aos 500 mil paulistas que votaram em mim”, disse ele.
No documento, ele também diz que deputados instalaram o procedimento contra ele com o intuito de impedi-lo de participar das próximas eleições. “Sem o mandato, os deputados agora serão obrigados a discutir apenas os meus direitos políticos e vai ficar claro que eles querem na verdade é me tirar das próximas eleições”, afirmou.
Processo de cassação
Na semana passada, o Conselho de Ética da Assembleia aprovou por unanimidade o parecer do relator Delegado Olim (PP-SP) que indica a cassação de Arthur do Val. No entanto, para ser efetivada a cassação, ainda é necessário que o tema passe pelo plenário da Casa.
Assim que o relatório foi aprovado, o relator do caso disse que “a justiça foi feita”. Segundo ele, a tendência é que o plenário siga o mesmo caminho, ou seja, vote pela cassação do parlamentar, que teve o processo em questão aberto após o vazamento de áudios do deputado com comentários sexistas. Nas gravações, ele afirma que as mulheres ucranianas “são fáceis porque são pobres”.
Ataques de Arthur do Val
Após o vazamento do áudio, Arthur do Val passou um tempo sem aparecer publicamente ou fazer declarações polêmicas, como costuma fazer. No entanto, na semana passada, ele voltou a assumir uma postura mais combativa. Nesse sentido, ele afirmou que, apesar de ter se desculpado pelas falas, precisava dizer que, em sua opinião, os deputados da Alesp são “escravos” do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL).
“A verdade é que todos aqui me odeiam. Eu não nego isso. Além de toda minha conduta, vamos tirar a parte de ser combativo, esses fatos menores de eu não usar carro, motorista, verba de gabinete. Isso tudo já irrita todo mundo”, disse. “Esse é um processo de cassação pelas minhas virtudes. Porque eu não sou como o PT que tem de ser escravo do Lula”, completou.
Leia também: MPF vai investigar Arthur do Val por fabricação de coquetel molotov na Ucrânia