O Ministério Público Federal solicitou à Polícia Federal que fosse aberto um inquérito para realizar a investigação do ex-deputado estadual Arthur do Val, o “Mamãe Falei” e o coordenador do MBL, Renan dos Santos, pelo crime de evasão de divisas. De acordo com a reportagem do UOL, Arthur do Val é suspeito de ter recebido doações via Pix enquanto estava viajando pelo leste europeu, em março deste ano.
O despacho, assinado pela procuradora da República, Luciano da Costa Pinto, foi feito no último 20 de junho. A Polícia Federal chegou a ser procurada para saber se a investigação contra o ex-deputado foi aberta, mas a instituição se limitou a responder que “não comenta eventuais investigações em andamento”. Por outro lado, Arthur do Val comentou que “toda a operação foi realizada em conformidade com a lei e já auditada”.
“A prestação de contas já foi feita e divulgada pela imprensa. Toda a operação foi realizada em conformidade com a lei e já auditada. O Movimento Brasil Livre está à disposição do órgão competente para apresentar essa documentação”, afirmou Arthur do Val.
A ação foi apresentada pelo deputado estadual do PT, Emídio de Souza. O texto da acusação informava que o dinheiro arrecadado pela doação não poderia ter sido enviado por meio de Pix para a Eslováquia sem que houvesse registro, pelas autoridades brasileiras, da saída do recurso para outro país. As doações totalizaram R$180 mil reais, segundo despacho publicado do MPF.
Na época, a intenção de Arthur do Val e Renan dos Santos era de arrecadar fundos para ajudar as vítimas da guerra. Pouco tempo depois, o então deputado estadual de São Paulo teve seu mandato cassado após o vazamento de áudios contendo conteúdo sexista sobre mulheres da Ucrânia.
MBL e Arthur do Val são acusados de tentar forjar provas de pedofilia contra padre Julio
Recentemente, o MBL e Arthur do Val foram denunciados por dois ex-militantes do Movimento Brasil Livre por tentar fabricar provas buscando acusar o padre Julio Lancelloti de pedofilia.
De acordo com o engenheiro Fernando Dainese e o relações públicas Lucas Studart, a tentativa de denunciar Julio Lancellotti seria uma forma de impulsionar a campanha de Arthur do Val, que chegou a ofender o padre em diversas ocasiões, em uma delas, chamando de “cafetão da miséria”.
“Não pode falar do padre Julio Lancellotti, aquele tranqueira lá. Eu vou desmascarar esse padre, inclusive. Poder cortar esse trecho e guardar: eu vou desmascarar esse padre”, afirmou em entrevista à rádio Jovem Pan. Arthur chegou a apresentar denúncia contra o padre em 13 de outubro de 2020.
Contudo, a denúncia do ex-deputado foi arquivada por “falta de materialidade” em 2021. A assessoria do MBL negou que Arthur do Val e Renan dos Santos tenham forjado as provas. “São acusações de desafetos bolsonaristas”, disse Israel Russo, o atual chefe de comunicação do MBL.
Atualmente, Dainese, um dos denunciantes de Arthur do Val, trabalha na assessoria de imprensa da Secretaria de Turismo do governo de Cláudio Castro, no Rio de Janeiro. Inclusive, recentemente, invadiu um evento da chapa de Lula e Alckmin em um hotel em São Paulo junto ao deputado bolsonarista Caique Matos.