A Secretaria da Receita Federal informou nesta quinta-feira (28) que a arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais somou R$ 164,1 bilhões em março deste ano. A saber, este é o maior valor para meses de março dos últimos 28 anos.
Em resumo, houve uma alta real de 6,92% na comparação com o mesmo mês de 2021, quando a arrecadação atingiu R$ 153,5 bilhões. Aliás, vale ressaltar que o levantamento faz a correção da inflação oficial do país pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A propósito, a arrecadação nos primeiros meses do ano foi beneficiada pelo bom desempenho econômico do Brasil em 2021. De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, a alta dos preços de produtos básicos e dos combustíveis também ajudou a impulsionar a arrecadação federal no mês passado.
“Nesses três primeiros meses do ano, arrecadação é fortemente impactada pela declaração de ajuste do IR. As empresas podem ajustar o pagamento ao valor do ano anterior. Parte das empresas já recolheram o imposto em forma de estimativa, e o valor efetivamente devido é recolhido na forma de ajuste até março”, disse Malaquias.
Arrecadação acumulada no trimestre bate recorde
Segundo os dados da Receita Federal, a arrecadação acumulada no primeiro trimestre de 2022 totalizou R$ 548,1 bilhões. Após correção pela inflação, o total chegou a R$ 556,7 bilhões, maior valor trimestral desde o início da série histórica, em 1995. Aliás, o valor corresponde a uma alta real de 11% na comparação com os três primeiros meses de 2021 (R$ 501,2 bilhões).
O resultado trimestral também ficou muito expressivo graças ao preço dos alimentos. Estes itens aumentaram a arrecadação dos produtores nos três primeiros meses do ano. Em relação aos combustíveis, a disparada dos preços ocorreu devido à guerra entre Rússia e Ucrânia. Em suma, isso fez os valores arrecadados pelo governo saltarem de R$ 4 bilhões, em março de 2021, para R$ 10 bilhões, no mesmo mês deste ano.
Por fim, o governo federal poderá encerrar o ano com um déficit primário de até R$ 170,5 bilhões. Esse montante corresponde ao valor que o governo poderá gastar acima da arrecadação de 2022, sem contar com as despesas envolvendo a dívida pública.
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