O déficit primário do governo federal não deve ficar tão expressivo quanto o esperado em 2021. De acordo com o chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, a forte arrecadação de impostos, contribuições e demais receitas federais “explicará a redução do déficit” primário em 2021.
“Vamos encerrar 2021 com déficit apurado muito menor em relação ao que havia sido estimado, graças ao desempenho da arrecadação dos tributos federais”, disse Malaquias em entrevista para comentar dados da arrecadação federal em 2021.
Por falar nisso, o governo federal arrecadou R$ 1,878 trilhão no ano passado, maior valor já registrado na história. Segundo Malaquias, o valor poderia ter sido ainda maior. Contudo, as compensações tributárias provocaram um impacto negativo de R$ 216,312 bilhões.
Caso não houvesse essas compensações, a arrecadação federal teria alcançado R$ 2,056 trilhões. Em contrapartida, os pagamentos atípicos do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) aumentaram a arrecadação em R$ 40 bilhões no ano passado.
Déficit primário deve ficar expressivo em 2021
A saber, o déficit primário estava projetado em R$ 248 bilhões no início de 2021. No entanto, o valor não deverá chegar a esse nível. Em setembro do ano passado, o governo reduziu as projeções para um déficit de R$ 139 bilhões. Seja Bcomo for, o valor ainda ficará muito expressivo no ano. Vale lembrar que o déficit primário não inclui os juros da dívida púbica.
Em suma, o governo aumentou os gastos no ano passado para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. Contudo, a elevação de receitas extras, somada à retomada econômica do Brasil em 2021, ajudou a reduzir o déficit primário no ano passado.
De toda forma, não há como esquecer que o planeta enfrenta uma situação bastante peculiar. A crise sanitária da Covid-19 é um evento pouco comum. Por isso, não só o Brasil, mas diversos países do mundo estão sofrendo com os impactos da pandemia.
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