Os hermanos fecharam um acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) após anunciarem o calote da dívida no ano passado. De acordo com a entidade, o negócio prevê um novo financiamento, porém, em contrapartida, o país deverá seguir algumas reformas exigidas pelo fundo. A Argentina sofre um grave problema na sua economia e acabou decidindo por dar calote da dívida, ou seja, disse que não vai pagar suas despesas internacionais.
Contudo, as negociações avançaram. Agora, além de um novo financiamento, o país receberá analistas internacionais para ajudar na diminuição da máquina pública. Ainda, as reformas institucionais foram retiradas do acordo, algo que o FMI dificilmente aceita.
O que afirma o acordo?
A Argentina e o FMI fecharam um acordo para refinanciamento da dívida. Isso porque a Argentina sofreu com a alta da inflação, que precisou aumentar os juros. Contudo, a falta de confiança dos investidores impediu a captação de valores, o que também prejudicou o país.
Agora, o programa, que terá duração de dois anos e meio, pretende normalizar a situação econômica do país, que é a segunda maior economia da América do Sul, mas que vem perdendo espaço para outros países. No ano passado, as diversas medidas restritivas resultaram em uma inflação de pouco mais de 50% no país. Apesar da confirmação do ministro argentino, o FMI afirmou que o projeto ainda precisa de aprovação do Congresso do fundo.
Até agora, sabe-se que o FMI emprestará à Argentina o valor total da sua dívida, US$44,5 bilhões. A ideia é, primeiro, quitar as dívidas em stand by do país. Quatro anos e meio após a formalização do contrato, o país precisará começar o pagamento das parcelas. Durante esse prazo, ele precisará cumprir algumas determinações do FMI, que são cláusulas que buscam diminuir os riscos de um novo calote do país.
As exigências do FMI à Argentina
Para conseguir os valores emprestados pelo FMI, a Argentina teve que aceitar algumas proposições feitas pelo fundo. Isso porque trata-se de uma forma de a instituição internacional ter mais garantias de que receberá o pagamento, além de dar um norte para a Argentina atingir a sua austeridade fiscal.
Uma das exigências é diminuir o déficit fiscal no país. A meta ficou em 2,5% do PIB em 2022, 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024. Esses dados serão revistos trimestralmente. Além disso, a Argentina não poderá ajudar, financeiramente, o Tesouro Nacional através de empréstimos do Banco Central do país. Com isso, o intuito é controlar a emissão de moeda e a circulação do peso argentino. Essa medida tende a segurar a inflação.
“O acordo visava poder ter uma trajetória fiscal que não inibisse o crescimento”, disse Martín Guzmán, ministro da Economia do país. “O Estado poderá desempenhar um papel moderadamente expansivo, com os gastos crescendo moderadamente em termos reais, ou seja, sem políticas de ajuste”. Além disso, o ministro afirmou que o país não vai desvalorizar a sua moeda.
Por outro lado, o FMI apontou que “a trajetória fiscal acertada melhoraria as finanças públicas de forma gradual e sustentável e reduziria o financiamento monetário”. Além disso, a entidade afirmou que “é importante notar que também permitiria maiores gastos em infraestrutura, ciência e tecnologia e protegeria programas sociais direcionados”.