A Argentina anunciou nesta quarta-feira (13) uma medida extrema para tentar conter a alta inflação no país. A saber, o governo argentino congelará por 90 dias os preços de itens da cesta básica.
Em resumo, a Argentina vem sofrendo com uma inflação acima dos 50% desde fevereiro de 2020, um mês antes da decretação da pandemia da Covid-19. Aliás, a crise sanitária afundou ainda mais o país em taxas inflacionárias cada vez mais elevadas.
Na verdade, o nosso vizinho sul-americano está mal das pernas há anos. Desde 2018 que a Argentina está em recessão, ou seja, a economia do país não cresce há três anos. Com a pandemia, tudo piorou, uma vez que diversas atividades econômicas em todo o mundo acabaram prejudicadas.
A propósito, o secretário de Comércio Interior, Roberto Feletti, anunciou o congelamento dos preços nesta quarta. De acordo com a imprensa argentina, o comunicado ocorreu em uma reunião com empresários que representam as principais indústrias de alimentos e de outros produtos que compõem a cesta básica.
Veja mais detalhes do congelamento de preços
Em suma, o secretário de Comércio Interior pediu às empresas participantes do encontro que enviem listas de preços de cerca de 900 produtos ao governo até esta quinta-feira (14). Assim, o congelamento está previsto para ocorrer até o início de janeiro.
A saber, Roberto Feletti assumiu há pouco tempo o cargo. Inclusive, essa é a primeira atividade oficial dele como secretário de Comério Interior da Argentina. Sua nomeação pelo presidente Alberto Fernández faz parte da reformulação do governo. Em síntese, isso ocorreu após a derrota do governo nas prévias para as eleições legislativas de novembro no país.
A decisão foi anunciada um dia antes da divulgação dos dados da inflação do país em setembro. Segundo projeções de analistas, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve saltar 3% no mês, superando os 2,5% registrados em agosto.
“O tom da reunião foi bom, mas o anúncio do congelamento não caiu nada bem”, afirmou o diretor de uma das empresas alimentícias que participaram da reunião ao jornal “La Nación”. No entanto, ele criticou o governo por congelar apenas os preços dos produtos das grandes companhias da Argentina.