A Argentina ratificou nesta sexta-feira (18) um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). A saber, o empréstimo de US$ 45 bilhões vai permitir a reestruturação da dívida do país. Ao mesmo tempo, a medida visa segurar a inflação no país, que continua acima dos 50% no ano.
Em resumo, o empréstimo seguirá para o programa stand-by recebido em 2018, quando a Argentina estava presidida pelo liberal Mauricio Macri. O governo contraiu a dívida à época, e o atual presidente argentino, Alberto Fernandéz, tentou nos últimos meses negociar a dívida com o FMI.
Nesta sexta, o Senado da Argentina aprovou o novo acordo em uma sessão que durou quase 10 horas. O projeto teve 56 votos a favor, 13 contra e três abstenções. Inclusive, a praça do Congresso acabou cercada e sob vigilância policial durante toda a sessão.
A segurança acabou acionada devido aos acontecimentos da semana anterior. Em suma, manifestantes apedrejaram o prédio da Câmara dos Deputados após a aprovação do empréstimo. Algumas janelas acabaram quebradas, incluindo as vidraças do gabinete da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Entenda como será o pagamento do empréstimo
Quando Macri contraiu a dívida em 2018, os pagamentos foram definidos para 2022, 2023 e 2024. A saber, cerca de US$ 19 bilhões deverão ser pagos neste ano, enquanto outros 20 bilhões terão vencimento em 2023 e mais 4 bilhões em 2024. Seja como for, a Argentina não tem dinheiro para pagar estes valores.
Embora o país tenha ratificado o novo projeto, a diretoria do FMI, em Washington, ainda precisa aprová-lo. A Argentina espera que isso ocorra o quanto antes, pois deve pagar um vencimento de capital de US$ 2,9 bilhões entre 20 e 22 deste mês. Contudo, o Banco Central do país afirma que não possui este valor.
O presidente Alberto Fernandéz agradeceu aos parlamentares que votaram a favor do projeto. Segundo ele, a aprovação do projeto permitirá a redução das incertezas na Argentina.
“Vamos ter um horizonte mais claro. Saberemos que há um problema que não foi resolvido, mas que começa a ser resolvido, que é essa dívida maldita que herdamos”, disse, lembrando que a dívida foi contraída no governo do seu antecessor.
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