A Arábia Saudita anunciou que a partir de fevereiro reduzirá a produção de petróleo em cerca de um milhão de barris por dia. Assim, um dos maiores produtores de petróleo do mundo vai passar a produzir a quantidade diária de pouco mais de oito milhões de barris. A ordem é do príncipe herdeiro e líder do país, Mohammed bin Salman.
De acordo com especialistas, a decisão da Arábia Saudita visa estabilizar os preços de mercado devido à pandemia. Em meio a um período de grande incerteza, o consumo de petróleo diminuiu em várias partes do mundo. Após o anúncio, os principais índices do preço do barril do petróleo ultrapassaram os 50 dólares, o que não acontecia há meses.
Arábia Saudita e OPEP+
A OPEP+, organização mundial que reúne as principais nações produtoras de petróleo, recebeu bem posição da Arábia Saudita. Contudo, alguns países tomaram decisões diferentes sobre as cotas de produção. A Rússia, por exemplo, anunciou um pequeno aumento na produção. Até março, o país chefiado por Vladimir Putin deve produzir 9,2 milhões de barris por dia. O Cazaquistão também aumentou a cota.
Não é a primeira vez que Arábia Saudita e Rússia têm ideias diferentes sobre como administrar o delicado equilíbrio que rege o mercado mundial de petróleo. Porém, se as divergências continuarem nos próximos meses, analistas temem um novo período de instabilidade, como aconteceu nos primeiros meses da pandemia.
A OPEP+ divulgou um comunicado que observa o impacto da crise sanitária na economia e nos mercados mundiais. “O aumento das infecções, o retorno de medidas de bloqueio mais rígidas e as crescentes incertezas resultaram em uma recuperação econômica mais frágil, que deverá durar até 2021”, ressalta o documento.
Em resumo, a OPEP+ é responsável por coordenar e unificar as políticas de petróleo dos países-membros e garantir a estabilização dos mercados de petróleo. Dessa forma, a organização é capaz de garantir um abastecimento eficiente, econômico e regular de petróleo para os consumidores, além de uma renda estável para os produtores e um retorno justo àqueles que investem na indústria do petróleo.