Depois de três convites e uma ordem de bloqueio nacional, o Telegram finalmente sinalizou positivamente para uma eventual parceria com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o intuito de combater a desinformação nas eleições de outubro.
TSE teme uso indevido do Telegram nas eleições deste ano
Segundo informações da “TV Globo”, técnicos do tribunal irão se reunirão, nesta quinta-feira (24), com representantes do Telegram no Brasil. O objetivo é que a rede social faça parte do acordo firmado em fevereiro entre o TSE e outras oito plataformas digitais: Twitter, TikTok, Facebook, WhatsApp, Google, Instagram, YouTube e Kwai.
Assim como vem publicando o Brasil123, representantes do Telegram não estavam respondendo as autoridades brasileiras. Hoje, a plataforma é considerada um dos canais mais fortes do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de apoiadores.
Em outras plataformas, Bolsonaro já teve diversos conteúdos bloqueados e submetidos a avisos de desinformação. No entanto, no Telegram, a história é diferente. Isso porque a rede social tem a política de não mediar os conteúdos compartilhados na plataforma, nem mesmo aqueles falsos ou criminosos.
Mudança de postura do Telegram
Toda essa postura de não diálogo do Telegram acabou na última sexta-feira (18), quando o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes ordenou, por conta do descumprimento de decisões judiciais da Corte, a suspensão do aplicativo em todo o Brasil.
Um dia depois, a empresa, com sede nos Emirados Árabes, entrou em contato com o Supremo e alegou não ter recebido os e-mails do Judiciário por um problema técnico. Além disso, a plataforma enviou um contato exclusivo e, domingo, cumpriu todas as determinações do ministro, que revogou a suspensão.
Até o momento, não se sabe exatamente quais serão as medidas adotadas pelo Telegram no combate às fake News. Todavia, a plataforma já adiantou que pretende reforçar a colaboração com as autoridades, incluindo a adesão ao memorando de combate à desinformação proposto pelo TSE.
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