Após protestos sangrentos que deixaram mais de 16 mortos nesta madrugada (04), o governo da Colômbia recuou e não pretende mais realizar a reforma tributária que prevê o aumento dos impostos. Somente em 2021, mais de 3,6 milhões de colombianos passaram a viver em zonas de pobreza e a passar fome.
A alta dos impostos já vinha desde o ano de 2019 e aumentou de forma expressiva em 2021 durante a pandemia da Covid-19. No entanto, a população não estava vendo os retornos de tudo o que estava pagando. As contestações e perguntas começaram a surgir.
Com a possibilidade de um aumento ainda maior com a reforma tributária, o povo saiu para a rua e está no sexto dia seguido de manifestações. Os policiais, como tentativa de controlar a situação, passaram a fazer o uso de armas de fogo para que as pessoas recuassem.
“Duque já havia afirmado na sexta-feira que a lei seria revisada para remover alguns de seus pontos mais polêmicos, como o nivelamento do imposto sobre vendas de alguns alimentos e de serviços públicos, mas o governo já havia insistido que não o retiraria de pauta”.
O Duque, em vídeo, pediu para que o Congresso voltasse atrás do projeto e que nivelasse alguns pontos para que conseguissem evitar as incertezas políticas.
Toda a oposição, como sindicatos e indígenas, mostraram insatisfações neste último sábado ao ameaçarem uma guerra civil. Tomaram as ruas no Dia Internacional dos Trabalhadores com panelaços.
Povo da Colômbia cansado de miséria
O líder Pachón argumentou que as idas para as ruas não são lideradas por nenhuma instituição política e sim pelo povo que estaria cansado de anos de miséria que se intensificou durante o governo Duque. A classe baixa e média foram as mais prejudicadas.
“As manifestações não são gerenciadas por ninguém, é o povo cansado de anos de miséria”, escreveu hoje no Twitter César Pachón.
De acordo com especialistas, a reforma tributária é essencial na Colômbia, mas não deve ocorrer em uma crise visto que os impostos aumentariam e o povo não teria como pagar.