Os advogados do ex-ministro da Segurança Pública, Anderson Torres, do Distrito Federal, vão recorrer da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que indeferiu o pedido de habeas corpus para libertar Torres. Vale destacar que, nesta sexta-feira (28/4), o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido de soltura, afirmando que não cabe habeas corpus contra decisão de ministro da Corte.
Defesa de Anderson Torres
Segunda a defesa do ex-ministro, a confiança na Justiça é inabalável, e possuem respeito incondicional ao Supremo Tribunal Federal. Assim, apesar da urgência que a situação reclama, eles respeitam a decisão do ministro Barroso. Contudo, o advogado Eumar Novacki afirmou ainda que, “diante da piora significativa do quadro clínico do Sr. Anderson Torres e severas crises ocorridas na semana, a defesa ingressará com recurso no prazo legal”.
“Todas as manifestações serão realizadas nos autos do processo. Destacamos mais uma vez o espírito cooperativo da defesa e a certeza de que o maior interessado na apuração célere dos fatos é o Sr. Anderson Torres”, disse.
Quadro de saúde do ex-ministro
A defesa de Anderson Torres alegou significativa deterioração clínica do detento e pediu prisão domiciliar. Na petição, o advogado chegou a dizer que corria o ex-ministro corria “risco de suicídio” caso permanecesse na prisão. Vale destacar que Torres prestaria depoimento à Polícia Federal (PF) na segunda-feira, mas a defesa solicitou o adiamento, alegando um “agravamento do quadro de saúde psíquico” do ex-ministro do governo Jair Bolsonaro.
De acordo com os médicos, Torres teve uma “piora significativa do estado geral, com perda de peso, mais ou menos dez quilos, aumento da frequência e intensidade das crises de ansiedade seguidas de crises de choro e nervosismo intenso, acompanhada de preocupação intensa em relação às suas filhas menores”.
Envolvimento de Torres
Torres está sob investigação por seu envolvimento no ataque do golpe de 8 de janeiro, mas a declaração será sobre sua atuação no segundo turno da eleição presidencial do ano passado. A PF suspeita que Torres, como ministro da Justiça, tenha viajado à Bahia na véspera da eleição para pressionar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) a parar os ônibus que transportavam eleitores do PT e impedi-los de chegar aos locais de votação.
Em 2 de janeiro, logo após deixar o Ministério da Justiça, Anderson Torres assumiu a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. No entanto, ele estava de férias com a família nos Estados Unidos no dia da invasão das sedes dos três Poderes, voltando ao Brasil e sendo preso no dia 14 de janeiro.