Na última sexta-feira, 27, o presidente Lula deu declarações polêmicas sobre o atingimento das metas fiscais estipuladas pelo governo. A medida busca reajustar as contas do Governo Federal e, com isso, trazer mais estabilidade para a economia. Contudo, as declarações do petista vão no sentido contrário.
Na manhã desta segunda-feira, Haddad deu uma entrevista coletiva e falou sobre as declarações de Lula. Na prática, o ministro desconversou e não bateu de frente com o presidente.
Falas de Lula foram polêmicas
Na manhã da última sexta-feira, 27, o presidente Lula conversou com jornalistas e deu declarações polêmicas. Depois de o ministro Fernando Haddad falar reiteradamente sobre a busca pelo déficit zero em 2024, o presidente deu uma opinião contrária. A medida também contraria a meta do projeto do novo arcabouço fiscal, que prevê o reajuste das contas públicas no ano que vem.
Em café com jornalistas disse: “Quero dizer para vocês que nós dificilmente chegaremos à meta zero, até porque não quero fazer cortes em investimentos de obras. Se o Brasil tiver um déficit de 0,5%, o que é? De 0,25%, o que é? Nada. Praticamente nada. Então nós vamos tomar a decisão correta e vamos fazer aquilo que vai ser melhor para o Brasil”.
A fala contraria a postura do ministro da Fazenda, que diversas vezes defendeu o objetivo do governo em zerar o déficit fiscal. Além da fala, Lula ainda reforçou que 2024 será um ano complicado para a economia global, “por conta da queda dos investimentos da China, da queda do crescimento da China, do aumento de juros na taxa de juros americana”.
Apesar disso, o próprio presidente disse que a meta fiscal zerada é uma prioridade do governo. Contudo, reiterou que ela não precisa ser zero. Para especialistas, isso demonstra que a pauta é vista, mas não tem a urgência necessária pelo governo.
O que disse Haddad?
Também em uma entrevista coletiva, dada nesta segunda-feira (30), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi perguntado sobre o assunto. Em sua resposta, reiterou o compromisso com a meta, mas não chegou a discordar explicitamente de Lula.
Em sua resposta, disse que o atingimento da meta fiscal depende de vontade política, deixando em aberto a participação de Lula nesse caso. Contudo, reiterou que a “meta está estabelecida, vou buscar o equilíbrio fiscal. […] O que eu puder fazer para que esse equilibrio seja atendido, eu vou fazer“, disse.
Vale lembrar que o arcabouço fiscal foi escrito e aprovado pelo próprio governo, também com uma posterior votação no Congresso. Para especialistas, a fala preocupa, e será preciso monitorar as atitudes do Legislativo daqui em diante.