O presidente Lula cumpre agenda internacional no Japão nesta semana. Isso porque o presidente foi convidado para a reunião da cúpula do G7, que reúne os países mais industrializados do mundo. Nos encontros, o presidente brasileiro deu declarações bastante polêmicas, consideradas “erros” por especialistas no assunto.
Por outro lado, o primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, afirmou que o país vai estudar a isenção de vistos para brasileiros que fazem viagens de curta duração ao país. A notícia saiu durante reunião com Lula na manhã deste sábado (20).
Brasileiros não precisarão de visto no Japão?
O presidente Lula se encontrou com o primeiro-ministro do Japão neste sábado. O encontro ocorreu em meio a diversas reuniões de alguns dos países mais importantes do mundo. Para os brasileiros, o encontro é importante, dado que a última vez que o país participou foi em 2009. Com isso, Lula é o único presidente brasileiro que participou da cúpula, totalizando 7 vezes.
Durante o encontro com Kishida, houve o anúncio de que o governo japonês deve iniciar os procedimentos para que visitar de curto prazo no país não necessite de visto. A medida é voltada para brasileiros que vão a turismo no país. “O primeiro-ministro Kishida anunciou que o governo do Japão iniciaria procedimentos para a introdução da isenção de visto de curta duração para portadores de passaporte comum do Brasil”, diz um comunicado lançado logo após a reunião.
Para especialistas, a medida não afeta em nada a economia de ambos os países, nem dá impactos relevantes em setores privados. Contudo, isso é visto como um grande avanço geopolítico, dado que retrata o Japão demonstrando confiança no Brasil, presidido por Lula até 2026.
Lula deu declarações polêmicas
Apesar da grande conquista geopolítica, Lula deu declarações polêmicas que colocaram o Brasil em uma posição delicada. Isso porque o país vem, sucessivamente, se posicionando ao lado de China e Rússia quando o assunto é o conflito no leste europeu no território da Ucrânia.
Isso porque, em suas falas, Lula rebaixou a posição do G7 em relação a sua importância na geopolítica internacional. No lugar do pequeno grupo, o presidente brasileiro defendeu o G-20, que envolve mais nações. “A consolidação do G-20 como principal espaço para a concertação econômica internacional foi um avanço inegável. Ele será ainda mais efetivo com uma composição que dialogue com as demandas e interesses de todas as regiões do mundo. Isso implica representatividade mais adequada de países africanos“, disse o petista.
Lula ainda defendeu que a crise, causada pela guerra, não acabará com a “formação de blocos antagônicos ou respostas que contemplem apenas um número pequeno de países“, fazendo uma crítica explícita ao G7.
Além disso, Lula defendeu uma reforma na ONU, criticou o neoliberalismo e sustentou a busca por um mundo mais democrático. O presidente retorna do Japão neste domingo (21).