Líderes do PT avaliam que o ministro da Defesa, José Múcio, bem como, o da Justiça, Flávio Dino, foram fracassados em suas lutas contra os golpistas, após o intenso ato terrorista no Palácio do Planalto. O lamentável incidente não prejudicou a posição da dupla na Esplanada, mas custou um pouco da confiança que Lula e dos demais líderes petistas haviam depositado em ambos.
Erros de Dino e Múcio
Importante realçar que em público, Múcio e Dino têm assumido posições contraditórias sobre os acampamentos golpistas, montados à frente das unidades militares. Desse modo, enquanto o ministro da Justiça defende ações mais duras para acabar com a mobilização, o secretário de Defesa defendia o diálogo.
José Múcio
Na semana passada, o ministro da Defesa manteve sua posição de que os protestos iriam diminuir, afirmando que o número de campistas em todo o Brasil havia caído para cerca de 5.000, de iniciais 45.000 pessoas. Além disso, José Múcio se comprometeu a Lula e demais líderes do partido que estava conversando com os grupos que ainda resistiam em sair. Esse diagnóstico é apontado como o grande erro do ministro da Defesa.
Flávio Dino
No último sábado (7), sabendo da possibilidade de invasão, Flávio Dino assinou um decreto para utilização da Força Nacional de Segurança a fim de evitar protestos na Esplanada. No entanto, não houve acionamento das tropas no domingo para proteger o Congresso, o Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Assim, um dos maiores erros cometidos pelo Ministro da Justiça foi acreditar demais nas palavras do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, de que a situação estava sob controle e que a polícia agiria para impedir a invasão.
Alexandre de Moraes como “peça chave” de Lula
Ao contrário dos ministros de Lula, foi o ministro do STF, Alexandre de Moraes, quem realmente “fez uma faxina na casa”, decidindo afastar Ibaneis do governo do DF por 90 dias, assim como a desocupação total do acampamento dos bolsonaristas em frente ao Quartel do Exército, na área central de Brasília, em até 24 horas, com prisão em flagrante e enquadramento em pelo menos sete crimes diferentes. Por fim, Moraes decidiu pelo uso da Polícia Militar dos estados e do Distrito Federal, com o apoio da Força Nacional e da Polícia Federal se necessário, devendo os governadores dos estados e do DF serem convocados para efetivar essa decisão, sob punição de responsabilidade pessoal.
Decisão de Lula
O presidente conversou com outros ministros e membros do Judiciário e do Legislativo durante visita à região chuvosa de Araraquara, interior de São Paulo, após saber do atentado terrorista em Brasília. A opção, em suma, foi implementar a intervenção federal prevista na lei Artigo 34 da Constituição Federal de 1988. Em outras palavras, Lula optou por tirar a autonomia do governador sobre a segurança pública do estado, deixando a cargo do governo federal, até o final do mês de janeiro deste ano.