O governador Antonio Denarium, do partido Progressistas, afirmou que Roraima não deve sofrer penalidades adicionais com a ampliação das áreas indígenas. Sendo assim, ele enfatizou o respeito às áreas já demarcadas, mas ressaltou que Roraima não pode abrir mão de suas políticas de desenvolvimento, que geram empregos e renda para um estado em pleno crescimento.
Nesta semana, a maioria dos políticos do estado de Roraima se uniu para expressar publicamente seu apoio ao Marco Temporal para demarcação de terras indígenas. O tema está sendo debatido tanto no Congresso Nacional quanto no Supremo Tribunal Federal (STF), no qual o julgamento foi suspenso por pelo menos 90 dias.
Além disso, nessa mesma semana, a classe política de Roraima se envolveu em discussões sobre a ampliação das áreas de preservação, como as medidas que levaram à homologação de áreas no Pará e na Paraíba. Nesse sentido, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, está propondo a criação da Floresta Nacional do Parima e a expansão das áreas da Estação Ecológica de Maracá e do Parque Nacional do Viruá. No qual, resultaria em novas demarcações territoriais em Roraima, abrangendo cerca de 269 mil hectares.
Desafios e diálogos em busca de soluções para o desenvolvimento de Roraima
Em maio e junho, o governador Denarium iniciou um diálogo com Marina e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressando sua oposição à ampliação das áreas de preservação. Ele argumentou que, somadas às áreas indígenas já demarcadas e outras áreas de preservação, essas medidas alcançariam quase 80% do território estadual, gerando incertezas jurídicas e afastando potenciais investidores.
Denarium afirmou: “Com o fantasma das demarcações e o aumento de áreas de preservação, a dúvida volta a figurar na cabeça dos investidores, comprometendo a política de desenvolvimento do nosso Estado. Temos que buscar alterativas racionais junto ao governo federal, que está muito sensível as causas de Roraima, para soluções que não prejudiquem quem produz e sonha com um Estado cada dia melhor”.
Juntamente com, o presidente da Assembleia Legislativa de Roraima (ALE-RR), deputado Soldado Sampaio (Republicanos), ressaltou a importância da união de todos os políticos em todas as esferas para fortalecer a voz de Roraima perante o governo federal. Nesse sentido, ele planejou uma viagem a Brasília com os demais deputados para expor a posição da classe política roraimense.
A necessidade de políticas públicas inclusivas
A deputada estadual Catarina Guerra (União Brasil) também expressou sua opinião sobre a situação, lamentando a forma como o governo federal lida com as questões ambientais e indígenas em Roraima. Sendo assim, ignorando o trabalho realizado pelo governo estadual e as ações em prol dos povos indígenas e do combate ao desmatamento ilegal.
Guerra avaliou: “O problema do Brasil não é terra para os índios, não é o aumento contínuo de áreas de preservação e sim a necessidade de enfrentar esse problema de frente, gerando políticas públicas que deem oportunidades para todos. Roraima não pode mais ser tratada como está sendo tratada”.
Portanto, para Guerra, o verdadeiro problema do Brasil não está na demarcação de terras indígenas nem na ampliação das áreas de preservação, mas sim na necessidade de enfrentar esses desafios proativamente, por meio do desenvolvimento de políticas públicas que ofereçam oportunidades igualitárias para todos.
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