Bibo Nunes (PL), deputado federal, propôs nesta terça-feira (28) um projeto para lá de peculiar. Isso porque o texto apresentado pelo parlamentar tem como foco multar os institutos que apresentarem pesquisas de intenção de voto com resultados diferentes dos obtidos nas eleições.
PT pretende derrubar decreto que pode blindar Bolsonaro de ações no TSE
De acordo com ele, o projeto tem como objetivo “estabelecer uma melhor qualidade dos serviços prestados pelos institutos de pesquisa”. O projeto, que foi enviado para a Câmara dos Deputados e ainda aguarda despacho do presidente da Casa, deve passar por uma comissão e, caso aprovado, irá para votação.
Assim como Bibo Nunes, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm aumentado as críticas contra pesquisas eleitorais nos últimos meses, ainda mais quando os levantamentos passaram a mostrar que a diferença de Bolsonaro para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem crescido.
Muitos aliados de Bolsonaro usam resultados de enquete que mostram Bolsonaro na frente de Lula para argumentar que a grande diferença entre os candidatos é uma invenção da mídia. No entanto, em entrevista ao portal “UOL”, Oswaldo Amaral, professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), relatou que existe uma grande diferença entre as pesquisas eleitorais e uma simples enquete.
De acordo com ele, a pesquisa pode ser usada para inferir as intenções de voto de um universo maior, como toda a população de um país, ou de uma dada região. Em contrapartida, em uma enquete, o resultado demonstra somente as intenções daquele grupo específico que a respondeu.
Isso acontece, segundo ele, porque em uma pesquisa, usa-se uma amostra cientificamente calculada da população com o objetivo de representar o grupo como um todo e eliminar todos os vieses, aproximando-se assim da composição real da população, como raça, gênero, escolaridade, ocupação, etc.
Leia também: 55% das pessoas afirmam que não votam em Bolsonaro de jeito nenhum; rejeição de Lula é menor