Gustavo Germano Francisco Arguello, juiz da 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu do Paraná, aceitou nesta quinta-feira (01) a denúncia feita pelo Ministério Público (MP) do estado contra Jorge José da Rocha Guaranho, apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de ter matado o guarda municipal Marcelo Arruda, militante do Partido dos Trabalhadores (PT), por motivos políticos.
Na decisão, o juiz determinou que o acusado irá a júri popular sob acusação de homicídio duplamente qualificado. De acordo com o magistrado, assim como afirmou o Ministério Público, o suspeito realmente teria ido ao local onde estavam “pessoas que teriam opinião política ideológica diversa com o aparente fim de antagonizar, confrontar”.
“Tal cenário ganha maior destaque ao se constatar a divisão da sociedade em posições políticas antagônicas, mesmo após findado o segundo turno da eleição presidencial”, disse o juiz, ressaltando ainda que o crime tem contornos mais graves porque o autor do crime é um agente público.
Assim como publicou o Brasil123, o crime contra Marcelo Arruda aconteceu em julho deste ano. No dia da morte, o militante do Partido dos Trabalhadores estava em sua casa, comemorando seu aniversário de 50 anos. Em dado momento, a festa, que tinha como tema o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu partido, o PT, foi interrompida por Jorge Guaranho.
De acordo com testemunhas que estavam no local, o acusado chegou no local gritando o nome de Bolsonaro. Na oportunidade, ele teria ouvido das pessoas o pedido para que ele deixasse o local. Ele saiu, mas ressaltou que iria voltar.
Alguns minutos depois, o acusado voltou armado e atirou contra Marcelo Arruda, que conseguiu revidar. O integrante do PT morreu no local. Já o suspeito foi resgatado e, depois de dias internados em um hospital de Foz do Iguaçu, foi liberado e levado para a cadeira, onde aguarda o julgamento.
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