O Ministério da Defesa terminou ainda na semana passada a auditoria feita pelos militares que tem como objetivo investigar a segurança das urnas eletrônicas usadas no primeiro turno das eleições gerais em todo o Brasil. De acordo com integrantes da pasta, ainda não se sabe a razão de o relatório ainda não ter sido divulgado.
Nesta terça-feira-feira (11), a colunista do jornal “O Globo” Malu Gaspar publicou em sua coluna que militares estão segurando os resultados da auditoria a pedido do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Na segunda, assim como publicou o Brasil123, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, se encontrou com o chefe do Executivo em Brasília.
Durante o período pré-eleição, o ministro pressionou para que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizasse que as Forças Armadas realizassem a apuração das urnas eletrônicas. Em agosto deste ano, o ministro chegou a pedir “com urgência”, que o TSE desse aos militares o acesso ao código-fonte das urnas.
A ideia do Ministério da Defesa era fazer com que militares pudessem contabilizar os boletins de urnas (os BUs) e ainda auditar o sistema de biometria que é ligado ao teste de integridade do sistema eletrônico de votação. Por conta da pressão, Alexandre de Moraes, presidente do TSE, acabou cedendo e liberou a auditoria para um número restrito de urnas.
Na época da decisão de Alexandre de Moraes, o ministro Paulo Sérgio afirmou que os resultados estariam disponíveis e seriam divulgados quatro horas depois de o encerramento da votação. No entanto, passado mais de uma semana da realização do primeiro turno, a pasta ainda não divulgou suas conclusões sobre as urnas usadas na eleição.
Questionando as urnas
Nos últimos meses, militares passaram a questionar a integridade da votação eletrônica, pedindo inspeções no código das urnas, reuniões com técnicos do TSE e modificações no funcionamento desses equipamentos. Esses questionamentos vão ao encontro das demandas de Bolsonaro.
Sem provas, o presidente, desde que assumiu o cargo de chefe do Executivo, vem dizendo que há fraude no uso das urnas. Apesar da alegação de Bolsonaro, não há relato de fraude nas urnas desde 1996, ano em que esses equipamentos passaram a ser usados no Brasil.
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