O jornalista Gerson Camarotti, da “TV Globo”, afirmou nesta quinta-feira (20) que o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante conversas reservadas com auxiliares próximos, demonstrou que está chateado e triste com o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), que esteve, segundo vídeos publicados nesta semana, presente no Palácio do Planalto no dia 08 de janeiro, data em que apoiadores radicais do ex-chefe do Executivo Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes.
De acordo com o comunicador, Lula tem afirmado que Gonçalves Dias foi ingênuo e errou gravemente ao confiar nos subordinados. Nesse sentido, o petista avalia que o general não teve objetivo de cometer traição e não escondeu imagens de propósito. “Fica claro que o general Gonçalves Dias estava vendido. Não fez um pente fino nas imagens e simplesmente repassou a versão dos subordinados de que as imagens da câmera posicionada na entrada do gabinete não estavam disponíveis”, afirmou em entrevista ao jornalista um ministro próximo de Lula.
Ainda conforme esse membro do governo Lula, Gonçalves Dias deveria ter mudado de imediato todos os auxiliares do GSI para não ficar refém da equipe do antecessor, o general Augusto Heleno. “O general Gonçalves Dias foi ingênuo no episódio. E nas imagens, ele aparece de forma cordial, como se fosse um segurança de shopping que pede gentilmente para os clientes saírem quando acaba o horário de funcionamento. Ele errou e por isso foi obrigado a sair do governo”, completou o ministro.
General prestará depoimento nesta sexta (21)
Assim como publicou o Brasil123, a Polícia Federal (PF) vai ouvir, nesta sexta-feira (21), o general Gonçalves Dias, que pediu demissão do comando do Gabinete de Segurança Institucional após a publicação de um vídeo que mostra ele circulando entre os invasores do Palácio do Planalto no dia 08 de janeiro. Esse pedido aconteceu depois que ele teve uma reunião, no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes de outras pastas – ele foi o primeiro ministro a deixar o governo no terceiro mandato de Lula.
Na quarta (19), ele afirmou, em entrevista para a “TV Globo”, que estava no Palácio do Planalto, no 08 de janeiro, com foco em retirar os criminosos do local. “Eu entrei no Palácio depois que o Palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º”, disse o general, que ainda afirmou que sua imagem foi retirada do contexto.