O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), além de defender a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no caso da morte de Genivaldo de Jesus Santos, um homem de 38 anos morto sufocado no momento em que acontecia uma ação de policiais rodoviários federais em Umbaúba, no litoral sul de Sergipe, na semana passada, afirmou que quer Justiça, mas “sem exageros”.
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De acordo com Bolsonaro, ele lamenta o ocorrido, mas ressalta que “não se pode generalizar tudo o que acontece no Brasil”. “A PRF faz um trabalho excepcional para todos nós”, disse o chefe do Executivo após ter sobrevoado pelas áreas afetadas pelas chuvas em Pernambuco.
“A justiça vai existir nesse caso e, com toda certeza, será feita a justiça, né. Todos nós queremos isso aí. Sem exageros e sem pressão por parte da mídia, que sempre tem um lado: o lado da bandidagem”, disse o presidente.
“Como lamentavelmente grande parte de vocês jornalistas se comportam, sempre tomam as dores do outro lado. Lamentamos o ocorrido e vamos com seriedade fazer o devido processo legal para não cometermos injustiça e fazermos, de fato, justiça”, completou Bolsonaro.
Bolsonaro criou vínculos com a PRF nos últimos anos e até a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, chegou a ser fotografada usando a vestimenta da instituição. No ano passado e também neste ano, o presidente defendeu o reajuste diferenciado para a categoria, o que levou a ameaças de greve de outros setores do funcionalismo público.
Entenda o caso de Genivaldo
Genivaldo de Jesus morreu depois de passar por uma ação truculenta da PRF. Vídeos que registraram a ação dos agentes da entidade mostram que esses profissionais usaram bombas de gás lacrimogêneo para dominarem o homem. Isso, na quarta-feira (25).
Na ocasião, a vítima foi colocado a força na parte de trás do carro policial e os agentes seguraram a porta enquanto Genivaldo inalava o gás lançado na região do porta-malas. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte foi “insuficiência aguda secundária a asfixia”.
Testemunhas contaram que o homem foi abordado em uma blitz enquanto pilotava uma motocicleta e, na ocasião, imobilizado por três agentes e colocado na parte traseira da viatura da PRF. Foi neste momento que os policiais jogaram gás dentro do veículo e trancaram Genivaldo.
Nas imagens, dá para ver os agentes segurando as pernas da vítima enquanto o outro continua a bombear gás para dentro da viatura por uma das frestas. Enquanto isso, testemunhas gritavam que o homem iria morrer caso a ação continuasse. “Vai matar o cara aí dentro”, disseram eles. Por fim, depois que a vítima parou de se debater e gritar, os agentes da PF fecharam a porta da viatura e saíram do lugar.
No domingo (29), o coordenador-geral de Comunicação Institucional da PRF, Marco Territo, publicou um vídeo dizendo que a ação dos agentes foi isolada e “não reflete o comportamento dos mais de 12 mil policiais rodoviários federais”. Em outro momento, ele ressaltou que a entidade “assistiu com indignação os fatos ocorridos”.
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