O governo tem implementado uma série de medidas emergenciais com foco em tentar reduzir a inflação. Segundo uma matéria do portal “UOL”, essas decisões, que envolvem cortes de tributação, significará uma perda de receita de ao menos 110 bilhões de reais aos cofres federais em 2022.
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De acordo com analistas, as decisões, adotadas neste ano eleitoral, gera riscos fiscais que, consequentemente, podem render pressões inflacionárias a médio prazo. Segundo esses especialistas, a tentativa de segurar a inflação atual acaba empurrando a alta para um próximo governo.
Conforme apontou um levantamento publicado pelo “UOL”, parte das perdas de receita foram listadas pelo Tesouro Nacional por gerarem renúncia de receita. Além dessas medidas, também existe o pacote anunciado e articulado pelo governo para baixar preços de combustíveis, que ainda depende de aprovação do Congresso e representa o maior custo estimado, em um total de 64,8 bilhões de reais apenas para a União.
Para Jeferson Bittencourt, que é ex-secretário do Tesouro Nacional, e deixou o cargo no ano passado depois de o governo sinalizar que driblaria o teto de gastos para reforçar programas sociais, hoje, a maior preocupação é com o efeito que será produzido pelas medidas em 2023, que é quando boa parte dessas renúncias terá perdido a validade.
“Vamos ter o seguinte dilema no ano que vem: ou teremos uma inflação maior do que o projetado para 2023, com a reversão dos cortes de tributo, ou teremos um fiscal pior do que o projetado para manter desonerações?”, afirmou ele, que é economista da ASA Investments, também em entrevista ao “UOL”.
Segundo aponta o ex-secretário do Tesouro Nacional, as medidas do governo de Jair Bolsonaro (PL) neste ano podem empurrar cerca de 0,9 ponto percentual de inflação de 2022 para o ano de 2023. A luta para frear a inflação, assim como vem publicando o Brasil123, é um dos principais objetivos do governo atualmente.
Isso porque pesquisas mostram que as altas nos combustíveis, alimentos e outros itens impactados pela inflação tem atingindo a popularidade de Bolsonaro, que está mais vez mais atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenções de votos para as eleições deste ano.
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