O jogo entre Brasil e Argentina, pelas eliminatórias da Copa do Mundo, paralisado aos quatro minutos do primeiro tempo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no domingo (05), está longe de acabar.
Isso porque, nesta segunda-feira (06), o órgão voltou a comentar sobre o assunto. Desta vez, em nota, a entidade liberou sua versão oficial sobre a confusão, dizendo que Fernando Ariel Batista, membro da delegação argentina de futebol, falsificou informações.
De acordo com a Anvisa, essas informações dizem respeito a quatro jogadores argentinos. O quarteto havia passado pelo Reino Unido, o que exigiria o cumprimento de uma quarentena no Brasil. Todavia, a informação de que os atletas estiveram no país em questão foi omitida nas declarações sanitárias preenchidas por Ariel Batista.
Segundo informações publicadas por veículos de comunicação da Argentina, Ariel Batista nega ter preenchido o documento em questão. Além disso, ele ainda relata que não estava na delegação do país vizinho que veio para o Brasil.
Conforme noticiou o jornal “Folha de S.Paulo”, de fato, a informação de que Ariel Batista não tenha vindo para o Brasil pode ser verdadeira. Isso porque a assinatura do documento é digital e ele foi preenchido remotamente.
Jogo cancelado pela Anvisa
Assim como publicou o Brasil123, agentes da Polícia Federal (PF) e da Anvisa protagonizaram cenas jamais vistas no futebol brasileiro e talvez mundial. Isso porque eles entraram no campo da Arena do Corinthians, em São Paulo, para retirar os atletas argentinos que descumpriram a quarentena que tem como objetivo evitar a disseminação da Covid-19.
Após a confusão, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) suspendeu o jogo, um dos maiores clássicos do futebol mundial, um duelo que valeria para as eliminatórias da Copa do Mundo de 2022. Os jogadores envolvidos no caso foram “convidados” a sair do Brasil e não serão investigados pelo caso.
Governo nega ter recebido pedido para intervir no caso
Nesta segunda (06), a Casa Civil da Presidência da República negou que tenha recebido algum pedido para permitir a entrada excepcional dos atletas argentinos no país.
“No caso dos jogadores argentinos, cabe esclarecer que não houve qualquer solicitação de excepcionalidade anterior ao voo de entrada dos jogadores no Brasil, impossibilitando qualquer tipo de atuação da Casa Civil”, diz o documento.
No comunicado, a pasta, que é a responsável por permitir a entrada de estrangeiros no Brasil, salientou que a entrada dos argentinos aconteceu de forma irregular e, por isso, coube à Anvisa o papel de informar que os jogadores não poderiam atuar.
“Após a entrada irregular dos jogadores argentinos no Brasil, coube à Anvisa cumprir a norma estabelecida na Portaria 655, decisão que foi chancelada pelo Ministério da Saúde, que notificou a Conmebol sobre a impossibilidade de atuação dos jogadores na partida”, finaliza a pasta.
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