A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) decidiu pela primeira vez na história reduzir o valor do plano de saúde individual. A saber, a agência prevê uma queda de 8,19% no valor dos contratos. Aliás, o reajuste deve atingir 8,1 milhões de beneficiários até abril de 2022.
De acordo com a ANS, essa decisão não engloba planos de saúde coletivos. Isso quer dizer que os beneficiários de planos empresariais e por adesão, cuja contratação ocorre por grupo, não receberão esse barateamento nos valores que pagam por seus planos.
No entanto, a agência lembra que as operadoras de saúde “costumam seguir os reajustes feitos pelos planos individuais”. Então, os reajustes podem se estender aos planos coletivos, mas isso não é uma obrigatoriedade, uma vez que não há vínculo das variações de preços entre os tipos de planos de saúde.
Contratos de saúde ficaram 8,14% mais caros em 2020
Vale lembrar que a a ANS decidiu suspender os reajustes dos planos de saúde em agosto de 2020 devido à pandemia da Covid-19. Assim, as pessoas teriam mais facilidade de pagar suas contas naquele momento difícil, uma vez que os preços não teriam elevação.
Contudo, o valor que não foi cobrado em 2020, o está sendo neste ano, diluído entre os meses. Apesar da suspensão dos reajustes, os contratos ainda encerraram no ano passado 8,14% mais caros. Isso também foi um dos motivos para a decisão da ANS em reduzir os preços dos planos.
“Foi uma medida justa visto que houve redução de atendimento em 2020. Nosso objetivo é promover a defesa do interesse público”, explicou Rogério Scarabel Barbosa, diretor da ANS. Segundo o diretor da ANS, Paulo Rebello, o uso de serviços médicos pelos usuários, como cirurgias e exames, despencou de 82% para 74% no ano passado.
Toda essa redução ocorreu por causa da pandemia, que impôs o isolamento social durante a maior parte de 2020. Por isso, a sinistralidade dos planos caiu em 2020, apesar do aumento dos gastos com internações e procedimentos relacionados à Covid-19, segundo Rebello.
A ANS ainda informou que a ocorrência das consultas médicas despencou 25% entre 2019 e 2020. Ao mesmo tempo, os planos de saúde também reduziram os seus gastos com consultas e atendimentos ambulatoriais.
Abramge alerta para fortes reajustes em 2022
A Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) afirmou que a redução dos valores dos planos de saúde pode “condenar permanentemente a existência das operadoras de saúde e a continuidade dos planos”. A afirmação ocorreu através de nota.
Ainda segundo a Abramge, a realidade deste ano é “completamente inversa” à observada em 2020. A associação cita a segunda onda da pandemia em 2021, que foi muito mais forte que a anterior. Dessa forma, a queda no preço do plano de saúde individual definida pela ANS “impactará fortemente no reajuste de 2022“.
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