A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) autorizou um reajuste máximo de 15,5% em planos de saúde individuais ou familiares. Isso quer dizer que as empresas poderão elevar os preços dos planos até esse patamar, o que deverá pressionar ainda mais a renda da população que utiliza serviços particulares de saúde.
A saber, esse é o maior reajuste já autorizado pela ANS desde 2000, quando a série histórica da entidade teve início. A entidade fixou o percentual máximo de reajuste nesta quinta-feira (26) e sua publicação no Diário Oficial da União deverá ocorrer amanhã.
Até então, o maior percentual de reajuste tinha ocorrido em 2016 (13,57%), mas o reajuste deste ano bateu o recorde. Embora tenha sido muito elevado, o aumento já era esperado. Isso porque a ANS promoveu um reajuste negativo no ano passado, algo inédito para a entidade.
Em suma, a ANS reduziu o valor do plano de saúde individual em 2021, prevendo uma queda de 8,19% no valor dos contratos. Isso aconteceu devido à pandemia da Covid-19, que reduziu o uso de serviços médicos pelos usuários, como exames e cirurgias.
Mesmo assim, os contratos de saúde ficaram 8,14% mais caros em 2020, na comparação com o ano anterior. E o aumento não foi maior porque a ANS suspendeu os reajustes dos planos em agosto.
Entidade critica reajuste da ANS
Em resumo, a aplicação dos reajustes atingirá os planos médico-hospitalares com aniversário entre maio de 2022 e abril de 2023. Nesse caso, fazem parte desse grupo os contratos a partir de janeiro de 1999 ou que se adaptaram à nova legislação (Lei nº 9.656/98).
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) criticou o reajuste. Segundo a entidade, a decisão “vem em um momento de intensa dificuldade econômica, com o aumento dos preços de alimentos, serviços e do custo de vida em geral da população. Com o bolso mais vazio, as pessoas se veem em um cenário preocupante de endividamento e, sobretudo, de vulnerabilidade”.
“Causa espanto um percentual tão elevado, considerando que nos últimos anos os lucros aumentaram, com entrada de consumidores no mercado durante a pandemia”, disse Ana Carolina Navarrete, coordenadora do Programa de Saúde do Idec, em nota.
“A questão é que essa metodologia foi pensada para situações de normalidade sanitária. O comportamento dos custos na pandemia foi extremamente atípico, o que demandaria uma reavaliação do reajuste deste ano”, acrescentou Navarrete.
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