O risco de desabastecimento de diesel no Brasil ainda é uma realidade para os próximos meses. Por isso, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) propôs a distribuidores e produtores do combustível do país para aumentarem os seus estoques.
De acordo com a ANP, a medida valerá de 1º de setembro a 30 de novembro deste ano. Dessa forma, o risco de desabastecimento de diesel no país será bem menor. Aliás, a guerra na Ucrânia vem pressionando a oferta dos combustíveis em todo o planeta. E a expectativa é que a oferta fique ainda mais restrita nos próximos meses.
Na verdade, há uma junção de fatores que preocupam a ANP e o governo federal sobre a disponibilidade de diesel no Brasil. No âmbito doméstico, os meses de setembro, outubro e novembro possuem “maior demanda histórica nacional, decorrente do período de safra agrícola”.
Ao mesmo tempo, o período é marcado pela “temporada de furacões na região do Golfo do México, Estados Unidos, de onde se origina a maior parte das importações brasileiras de S-10”. Assim, a expectativa em relação à oferta de diesel nos próximos meses se mostra bastante crítica.
VALE-GASOLINA: veja tudo o que se sabe sobre saque, projeções e valores
Saiba mais sobre a proposta da ANP
A saber, os produtores e distribuidores precisam ter estoques semanais médios de diesel de três a cinco dias, segundo a ANP. Contudo, com a proposta da agência, os estoques deverão ser de nove dias do volume comercializado no mesmo mês do ano anterior, no mínimo.
Em resumo, essa medida não vale para todos os produtores e distribuidores do país. Apenas aqueles que tiveram participação igual ou maior que 8% na comercialização de óleo diesel.
Embora a proposta da ANP se refira apenas a setembro, outubro e novembro, a medida poderá se estender a mais meses. No entanto, isso “dependerá de avaliação” do cenário após o aumento dos estoques.
“Com essa medida se prevê que todos os produtores e distribuidores de combustíveis irão possuir cerca de 1.650 mil m3 de estoque de óleo diesel A S10, suficiente para suprir o déficit da demanda em aproximadamente 45 dias, caso haja uma disrupção nos fluxos logísticos internacionais de importação”, explicou a ANP.
Por fim, a proposta da agência ficará por cinco dias úteis em consulta pública. Após esse período, haverá uma audiência pública. Somente depois dessas etapas que a proposta voltará para votação no conselho diretor da ANP. Aliás, a agência destaca que essa é uma medida preventiva.
Leia também: Desemprego no Brasil atinge 10,6 milhões de março a maio de 2022