A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) afirmou nesta quarta-feira (22) que os reajustes promovidos nas bandeiras tarifárias não terão “impacto imediato”. Isso quer dizer que o consumidor não precisará se preocupar nos próximos meses com uma conta de luz mais cara. No entanto, esse cenário de tranquilidade deverá ficar restrito a 2022.
A saber, a Aneel anunciou na terça-feira (21) o aumento no valor das bandeiras tarifárias. Em resumo, os reajustes foram os seguintes:
- Bandeira Verde: continua sem cobrança adicional;
- Bandeira Amarela: cobrança passa de R$ 1,874 para R$ 2,989 a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos;
- Bandeira Vermelha Patamar 1: taxa sobe de R$ 3,971 para R$ 6,500 a cada 100 kWh;
- Bandeira Vermelha Patamar 2: cobrança vai de R$ 9,492 para R$ 9,795 a cada 100 kWh.
Dentre os reajustes, o mais expressivo foi o da bandeira vermelha patamar 1, que teve alta de 63,7%. Já a bandeira amarela saltou 59,5%, enquanto a bandeira vermelha patamar 2 subiu apenas 3,2%.
Comunicado da Aneel não é novidade
Embora a notícia possa até deixar a população mais tranquila, a informação não é uma novidade. Na verdade, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) havia estimado ainda em abril que a bandeira verde deveria seguir até o final deste ano. E isso deve acontecer devido à situação atual do país.
Em suma, as hidrelétricas respondem por cerca de 65% de toda a energia gerada no Brasil. No ano passado, a falta de chuvas fez o governo acionar cada vez mais as termelétricas, que são bem mais caras que as hidrelétricas. Por isso que a bandeira escassez hídrica foi criada, promovendo uma cobrança ainda maior que a bandeira vermelha patamar 2.
Contudo, para 2022, a expectativa é que as hidrelétricas produzam energia sem grandes dificuldades, uma vez que os reservatórios estão com bons níveis de armazenamento. A saber, o nível dos reservatórios do Subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que tem capacidade de produzir 70% da energia elétrica no país, chegou a 66,16% nesta terça (21), segundo o ONS.
Para 2023, a expectativa não é tão positiva, uma vez que as bandeiras tarifárias deverão ser acionadas no país. Em outras palavras, o consumidor ficará livre de cobranças extras em 2022, mas pagará bem mais caro no próximo ano.
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