As falas de André Mendonça, novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o casamento homoafetivo foi treinada, afirmou o Líder da frente parlamentar evangélica em 2022, o deputado federal Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ).
A declaração do político foi dada durante o programa “Em Foco”, da “GloboNews”. De acordo com o deputado, André Mendonça fez um “treinamento” com o objetivo de dar uma resposta “tecnicamente perfeita” aos senadores durante sua sabatina no Senado.
Indicado ao STF pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), André Mendonça afirmou que defenderá o “direito constitucional do casamento civil das pessoas do mesmo sexo”. No entanto, segundo Sóstenes Cavalcante, a expectativa é a de que ele votará contra as garantias de minorias no Supremo.
De acordo com o deputado, que foi uma das pessoas que coordenou a campanha do ministro, a imprensa entendeu que André Mendonça defendia os direitos de minoria, o que ele disse que não aconteceu.
“André é uma pessoa muito preparada. Lógico que ele fez trainee. Qualquer pessoa que vai passar por uma sabatina faz isso. É uma prova. Aquilo não deixa de ser uma prova, tem que se preparar, tem que estudar. Ele se preparou. A resposta dele, tecnicamente, foi perfeita”, pontuou o deputado.
“E ele ainda ressaltou: ‘Eu creio que casamento, pessoal, é homem e mulher. Como magistrado, tenho que defender o que é o texto constitucional’. Lamentavelmente, alguns órgãos de imprensa entenderam que ele teria dito que ele defenderia o casamento homossexual”, completou Sóstenes Cavalcante.
As expectativas do deputado
O deputado ainda ressalta que defende o Estado laico e, neste sentido, espera que André Mendonça não use sua religião em decisões. No entanto, ele confessa ter criado expectativas que o novo ministro vote contra temas que a igreja evangélica e seus seguidores julgam como “errados”, como alguns direitos aos homoafetivos, por exemplo.
Por fim, importante destacar que, no ano de 2019, o STF decidiu permitir a criminalização da homofobia e da transfobia. Na ocasião, os ministros consideraram que atos preconceituosos contra homossexuais e transexuais devem ser enquadrados no crime de racismo.
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