Demorou, mas, após quatro meses, finalmente saiu a sabatina do ex-ministro André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro (PL) para o Supremo Tribunal Federal (STF). O ato aconteceu nesta quarta-feira (01) e selou a maior espera já registrada para que o Senado discutisse um nome para a Corte.
A relatora da sabatina foi a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a primeira mulher a relatar uma indicação de ministro ao Supremo. Durante seu discurso, a parlamentar relembrou que nenhuma outra indicação foi regada de tantas polêmicas quanto essa de André Mendonça.
De acordo com Eliziana Gama, durante os meses de espera, “viu-se o debate religioso assumindo o lugar do debate sobre a reputação ibilida e o notório saber jurídico do candidato”.
Ainda conforme a parlamentar, “ninguém pode ser vetado por sua orientação religiosa”. A fala é em alusão ao fato de que muitos não queriam André Mendonça no STF porque ele é evangélico e significa a promessa cumprida de Bolsonaro, que antes mesmo da aposentadoria de Marco Aurélio Mello já dizia que iria indicar alguém com perfil um “terrivelmente evangélico” para o STF.
Antes de André Mendonça, que é pastor, o presidente havia indicado Kassio Nunes Marques, que assumiu seu posto após ter 57 votos a favor e 10 contra a sua indicação. Nesta quarta, o placar a favor do ex-ministro da Justiça foi bem mais apertado: 47 a 32.
Ministro no STF é um “salto para os evangélicos”
Após ter sido aprovado na votação do plenário do Senado, além de agradecer os parlamentares, André Mendonça disse que sua entrada no STF é um salto para os evangélicos, que agora, de acordo com ele, terão um representante na Corte.
“É um passo para um homem, mas, na história dos evangélicos do Brasil, é um salto. É um passo para o homem, um salto para os evangélicos. Responsabilidade muito grande. Uma nação, 40% dessa população hoje é representada no STF”, declarou ele, completando que “o povo evangélico tem ajudado este país e quer continuar ajudando”.
Aos 48 anos, André Mendonça deve ter vida longa no STF. Isso porque, caso não se aposente antes, por iniciativa própria, ele poderá permanecer no Supremo até completar 75 anos. Atualmente, tramita na Câmara, uma proposta que visa reduzir essa idade para 70 anos.
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