Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal (DF), vai comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada com foco em investigar os atos de 08 de janeiro – na ocasião, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) que investiga os ataques de 8 de janeiro.
“Será importante para expor a verdade”, afirmou nesta quarta-feira (17) Eumar Novacki, advogado responsável pela defesa de Anderson Torres. Na entrevista, todavia, ele não revelou qual será a estratégia será usada no colegiado.
De acordo com as informações, deputados federais e senadores que compõem a CPI acreditam que Anderson Torres é um dos principais personagens para explicar os atos contra as sedes dos Três Poderes. No dia dos ataques de 08 de janeiro, Anderson Torres era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Todavia, na ocasião, ele estava nos Estados Unidos. Ele só voltou ao Brasil no dia 14 de fevereiro.
Na ocasião, ele foi preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de ter sido omisso no dia dos ataques sem precedentes que foram registrados nas sedes dos Três Poderes – STF, Palácio do Planalto e Congresso Nacional. Ao todo, o ex-ministro passou quatro meses preso.
Durante esse período, a defesa de Anderson Torres pediu a soltura do ex-ministro alegando que ele estava com uma depressão profunda e vinha apresentando crises de choro constantes na cadeia. Nas semanas antes da soltura, os advogados chegaram a apontar a necessidade de ajuste de medicação e risco de suicídio.
Por conta desses pedidos, Alexandre de Moraes determinou a soltura de Anderson Torres, relatando, na ocasião, que cessaram as razões para a manutenção da medida cautelar extrema em relação ao ex-ministro. “A necessária compatibilização entre a Justiça Penal e o direito de liberdade demonstra que a eficácia da prisão preventiva já alcançou sua finalidade, com a efetiva realização de novas diligências policiais”, afirmou. Na ocasião, todavia, Alexandre de Moraes determinou que o ex-ministro deveria cumprir algumas medidas cautelares como:
- Uso de tornozeleira eletrônica;
- Proibição de deixar o Distrito Federal e de sair de casa à noite e nos fins de semana;
- Afastamento temporário do cargo de delegado de Polícia Federal;
- Comparecimento semanal na Justiça;
- Entrega do passaporte à Justiça e cancelamentos de todos os passaportes já emitidos para Torres;
- Suspensão de porte de armas de fogo, inclusive funcionais;
- Proibição de uso de redes sociais; e
- Proibição de comunicação com os demais investigados no caso.
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