Anderson Torres não irá comparecer à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) nesta quinta-feira (09), informou defesa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça, em entrevista ao portal “G1”.
Alexandre de Moraes autoriza deputados bolsonaristas a visitarem presos no 08 de janeiro
Essa confirmação acontece porque, na terça-feira (07), Alexandre de Moraes, ministro no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que Anderson Torres se ausente da CPI. Além disso, o membro da corte também autorizou que o ex-ministro fique em silêncio durante o depoimento.
De acordo com Alexandre de Moraes, essa decisão acontece porque Anderson Torres já está preso e a lei não permite “conduções coercitivas de investigados ou réus para interrogatórios/depoimentos” – assim como publicou o Brasil123, o ex-ministro foi preso em janeiro. O motivo: ele é suspeito de omissão durante os atos terroristas registrado no dia 08 de janeiro.
Conforme os advogados do ex-ministro, que nega as acusações, “inexiste” interesse do ex-secretário em participar da CPI. Isso, afirma a defesa, porque ele “já se desincumbiu dessa missão quando, por mais de dez horas, prestou depoimento” à Polícia Federal (PF).
Além disso, a defesa de Anderson Torres também ressalta que o ex-ministro, que estava nos Estados Unidos, veio ao Brasil e se entregou voluntariamente. Por fim, os advogados, ainda em entrevista ao portal citado, relatam que o processo não está sob sigilo e que, nesse sentido, os parlamentares que estão participando da CPI podem ter acesso ao material.
Além de Anderson Torres
Na quinta, além de Anderson Torres, que não comparecerá ao depoimento, também está marcada a oitiva da ex-subsecretária de Segurança Pública do Distrito Federal Marília Ferreira. O depoimento estava marcado para acontecer na semana passada, mas, acabou sendo adiado.
Ela, que é delegada da Polícia Federal, já prestou depoimento à corporação, pois havia sido nomeada por Anderson Torres para ocupar um cargo na pasta. Na ocasião, ela disse que agentes das polícias Militar e Civil, o Corpo de Bombeiros, o STF, o Senado e outros órgãos sabiam da movimentação de apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) antes dos ataques em Brasília.
Após o depoimento de Marília Ferreira Alencar, a CPI deve ouvir as seguintes pessoas:
- Jorge Eduardo Naime, coronel da PMDF e Marcelo Casimiro Vasconcelos Rodrigues, coronel da PMDF, no dia 16 de março;
- Júlio de Souza Danilo, ex-secretário da SSP e Jorge Henrique da Silva Pinto, tenente-coronel da PMDF, no dia 23 de março;
- E Fábio Augusto Vieira, ex-comandante da PMDF, no dia 30 de março.
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