Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, enviou nesta quinta-feira (02), ao Supremo Tribunal Federal (STF), uma solicitação para que ele possa ficar em silêncio na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF, instaurada para investigar os atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro.
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No pedido, os advogados de Anderson Torres ainda pediram que ele, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não seja obrigado a ir à comissão. Na solicitação, o argumento utilizado é que, “apesar de o investigado possuir ampla e incondicional disposição de esclarecer os fatos que vêm sendo indevidamente imputados em seu desfavor”, ele já teria repassado suas informações ao prestar depoimento “por mais de dez horas” junto à Polícia Federal (PF).
Não suficiente, os defensores do ex-ministro pedem que seja assegurado a ele “o seu direito constitucional de permanecer em silêncio, afastando-se a obrigatoriedade do seu comparecimento perante a Comissão Parlamentar de Inquérito dos Atos Antidemocráticos”.
A CPI no Distrito Federal
A CPI do DF teve início nesta quinta. O primeiro a prestar depoimento foi Fernando de Sousa Oliveira, ex-secretário executivo da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP). No dia 08 de janeiro, era ele o secretário em exercício da SSP-DF, visto que, na ocasião, Anderson Torres estava de férias nos Estados Unidos.
STF nega pedido de soltura para Anderson Torres
Na quarta, Alexandre de Moraes, ministro do STF, determinou a manutenção da prisão preventiva de Anderson Torres, a decisão foi ao encontro de uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu a manutenção da detenção. Na semana passada, a defesa de Anderson Torres solicitou a revogação da prisão do ex-ministro ao STF.
Por conta disso, Alexandre de Moraes pediu que a PGR se manifestasse sobre o caso, algo que é praxe e consta no regimento interno do Supremo. Em sua manifestação, o órgão afirmou que não enxerga motivos para a soltura do ex-ministro e que a medida, isto é, a manutenção da prisão, visa proteger o andamento do processo.
Assim com publicou o Brasil123, Anderson Torres foi preso por conta de uma ordem de Alexandre de Moraes, que apontou “indícios de omissão” do ex-ministro nos atos criminosos de 08 de janeiro em Brasília, quando apoiadores radicais do ex-presidente Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
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