“Em um estado de tristeza profunda”. É assim que está o ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, que está preso desde fevereiro, afirmou a nova defesa do político. Por conta da situação, os advogados de Anderson Torres pediram a substituição por outra restrição “menos gravosa”.
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No pedido, os defensores afirmaram que a liberdade de Anderson Torres não prejudicaria as investigações. Além disso, eles afirmaram que as filhas do ex-ministro estariam abaladas e que a mãe do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal está com câncer.
“Anderson Torres entrou em um estado de tristeza profunda, chora constantemente, mal se alimenta e já perdeu 12 quilos”, afirmam os defensores em um pedido encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
No mês passado, o ministro determinou a manutenção da prisão preventiva de Anderson Torres, uma decisão que foi ao encontro de uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR), que pediu a manutenção da detenção, pois afirmou que não enxergava motivos para a soltura e que a medida visava proteger o andamento do processo.
Assim com publicou o Brasil123, Anderson Torres foi preso por conta de uma ordem de Alexandre de Moraes, que apontou “indícios de omissão” do ex-ministro nos atos criminosos de 08 de janeiro em Brasília, quando apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Ao determinar a continuidade da prisão, Alexandre de Moraes até chegou a destacar que “a omissão e conivência de diversas autoridades da área de segurança ficaram demonstradas”. Para o ministro, isso estaria verificado, por exemplo, na ausência do policiamento necessário, autorização para que mais de cem ônibus ingressassem livremente em Brasília sem que houvesse um acompanhamento policial e total inércia no encerramento de acampamento em frente ao quartel-general do Exército.
“Os fatos demonstram uma possível organização criminosa, que tinha como fim desestabilizar as instituições republicanas, principalmente as que pudessem se contrapor a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Congresso e o Supremo”, destacou a decisão.
Não suficiente, o ministro também lembrou que existem diligências pendentes pela Polícia Federal (PF) que dizem respeito especificamente ao ex-ministro. Uma dessas averiguações é sobre a chamada minuta do golpe, que foi encontrada na casa do ex-secretário e ainda precisa ser periciada.
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