Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, prestou depoimento nesta quinta-feira (16) no âmbito de uma ação que está tramitando no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pode tornar o ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL) inelegível.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) em questão, foi apresentada pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), que questiona uma reunião convocada por Bolsonaro, em julho de 2022, onde o agora ex-presidente chamou embaixadores e, sem provas, realizou uma série de ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral.
Conforme informações da “TV Globo”, nesta quinta, Anderson Torres respondeu às perguntas feitas a ele. Essa oitiva foi feita por conta de uma determinação do corregedor-geral eleitoral, ministro Benedito Gonçalves, visando esclarecer uma minuta de decreto com teor golpista encontrada na casa dele.
Ao justificar a oitiva, o ministro afirmou que o decreto que tratava sobre a minuta pode ter relação com a apuração da legalidade da reunião com embaixadores. “Questão controversa, admitida ao debate, é se a repercussão eleitoral do discurso e sua gravidade podem ser evidenciadas pela minuta de decreto de Estado de Defesa apreendida em 13/01/2023 pela Polícia Federal na residência de Anderson Torres”, afirmou o ministro na ocasião.
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O ex-ministro foi ouvido por videoconferência nesta quinta, pois ele se encontra preso no 4º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um inquérito que apura os ataques às sedes dos Três Poderes em 08 de janeiro, quando apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – STF, Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Na época em que a minuta veio à tona, Anderson Torres usou suas redes sociais para comentar sobre o documento. Na ocasião, ele disse que o achado foi vazado “fora do contexto”. O ex-ministro foi preso em fevereiro, mas não por conta da minuta, visto que a detenção se deu por conta dos atos de vandalismos no 08 de janeiro.
De acordo com Alexandre de Moraes, Anderson Torres foi preso porque, à época dos atos, registrados no dia 08 de janeiro deste ano, era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, foi omisso com os ataques promovidos pelos apoiadores radicais do ex-chefe do Executivo.
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