Os analistas do mercado financeiro elevaram pela 22ª semana seguida a projeção para a inflação do Brasil em 2021. Nesse ritmo, não haverá surpresas caso eles estimem a taxa em 10%. Aliás, nesta atualização, a inflação saltou 0,31 ponto percentual (p.p), variação bem mais elevada do que o normal. Com isso, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 7,27% para 7,58%.
As informações estão presentes no relatório Focus, do Banco Central (BC), divulgado nesta segunda-feira (6). A propósito, a taxa da inflação para 2022 subiu de 3,95% para 3,98%, sétima alta seguida. Isso mostra que a expectativa para o ano que vem também piora. Enquanto isso, se manteve em 3,25% para 2023 e em 3,00% para 2024.
Entenda como a inflação é definida no Brasil
A saber, a taxa inflacionária é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta da inflação em 3,75%. No entanto, os analistas do mercado financeiro indicam há bastante tempo que a taxa ultrapassará em muito a meta definida.
O CMN define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o BC deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante. Em suma, o IPCA, calculado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Além disso, o CMN tem definido um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo.
Por isso, a meta para a inflação de 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%. Isso quer dizer que a inflação pode chegar até 5,25% e, mesmo assim, ela não extrapolará o limite da meta. Contudo, a projeção do mercado para 7,58% supera em mais de dois pontos percentuais o limite superior definido.
Estimativa para o PIB continua caindo
O relatório Focus também reportou que a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2021 caiu de 5,22% para 5,15%, quarta queda seguida. Os economistas chegaram a projetar avanços para o PIB por 15 semanas consecutivas, mas depois vieram algumas semanas de estabilidade e, agora, de queda.
Da mesma forma, a projeção para 2022 também caiu, de 2,00% para 1,93%. Inclusive, a expectativa menos positiva atingiu até mesmo as estimativas para 2023 (2,50% para 2,35%). Assim, a única previsão para o crescimento PIB brasileiro que se manteve inalterada foi para 2024, ano em que a economia do país deve crescer 2,50%.
Por fim, o dólar deve encerrar o ano cotado a R$ 5,17, segundo avanço depois de três semanas seguidas de estabilidade em R$ 5,10. A taxa básica de juros do país, a Selic, também subiu, de 7,50% para 7,63% ao ano. Atualmente a taxa está em 5,25%, mas deve subir na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, em 21 e 22 de setembro.
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