As primeiras conversas formais entre o presidente dos EUA, Joe Biden, e o presidente Jair Bolsonaro, irão ocorrer na Cúpula das Américas, que acontecerá de 6 a 10 de junho em Los Angeles, reunindo líderes de todo o continente para discutir uma ampla gama de questões, incluindo insegurança alimentar, mudanças climáticas e recuperação da pandemia.
Entenda o caso
Após sugerir que poderia não participar da cúpula, Bolsonaro disse na semana passada que compareceria e conheceria Biden nos bastidores, mesmo quando chamou o relacionamento do Brasil com os Estados Unidos de “congelado” desde que Biden assumiu o cargo em janeiro de 2021.
Para que Bolsonaro aceitasse, Biden teve que enviar seu assessor especial, o ex-senador Chris Dodd, ao Brasil na semana passada para persuadir Bolsonaro a participar da cúpula. Para o presidente americano a participação de todos os líderes mundiais seriam importantes, tendo em vista que esta seria a primeira vez que os Estados Unidos sediaram desde a reunião inaugural em 1994. Além disso, a presença de Bolsonaro garantiu que o país mais populoso da América Latina participe da Cúpula das Américas, com Washington buscando reafirmar a influência dos EUA no Brasil.
Relação entre os presidentes
Importante destacar que Bolsonaro é um dos admiradores do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, um dos últimos líderes mundiais a admitir a derrota de Trump nas eleições de 2020. No entanto, de acordo com Juan Gonzalez, principal conselheiro de Joe Biden para a América Latina, o presidente americano usará a cúpula como uma oportunidade para conhecer os líderes dos países e “avançar em objetivos comuns”, como prosperidade econômica, mudanças climáticas, crise migratória e pandemia da covid-19.
Em contrapartida, de acordo com Juan Gonzalez, através da cúpula, Biden terá a oportunidade para se reunir com líderes e “avançar em objetivos comuns”, como prosperidade econômica, mudanças climáticas, crise de imigração e pandemia de Covid-19.
Bolsonaro e eleições
Em entrevista, Gonzalez foi questionado se Biden expressa preocupação com os apontamentos de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral brasileiro. Ele disse apenas que os EUA têm “confiança de que o sistema eleitoral do Brasil provou ser forte”.
Além disso, Elizabeth Bagley, embaixadora dos EUA no Brasil, comentou sobre o caso, afirmando: “O Brasil é uma democracia. Eles têm instituições democráticas, têm um sistema eleitoral democrático, um Judiciário e um Legislativo independentes. Têm liberdade de expressão, assembleias. Eles têm todas as instituições democráticas que precisam para promover eleições livres e justas”.
Importante destacar que o judiciário e outros especialistas brasileiros rejeitaram a alegação de Bolsonaro, acusando o presidente de tentar semear dúvidas antes das eleições de outubro no Brasil para questionar o resultado, semelhante à representação do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Atualmente, Bolsonaro está enfrentando um duro desafio com seu adversário, o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que, de acordo com pesquisas recentes, possui uma vantagem considerável na corrida presidencial.