A situação das Lojas Americanas é preocupante, segundo especialistas em investimentos. Isso porque desde o descobrimento de uma dívida bilionária, a empresa já fechou lojas e demitiu milhares de pessoas. Além disso, a empresa aderiu a um processo de recuperação judicial, que permite que a empresa reorganize as dívidas com os credores.
Contudo, a situação delicada pode fazer com que muitas lojas da rede fechem as portas, o que preocupa especialmente quem trabalha nas Americanas.
Fechamento de lojas da rede
As Lojas Americanas podem ficar cada vez mais raras no país. Isso porque, devido a graves problemas financeiros, a empresa vai fechar diversas unidades da rede. Até agora, já são 29 estabelecimentos fechados, com pelo menos 5 mil funcionários demitidos. Para especialistas, a situação pode ficar ainda mais complicada durante o ano.
Dentre as entidades que precisam receber dinheiro da rede, está até mesmo o BNDES, banco do governo. Contudo, as maiores dívidas da instituição é com os bancos privados do país, que estão em processo de negociação na justiça brasileira.
Segundo dados, a empresa tinha 1.880 lojas no final de janeiro, quando a fraude contábil foi descoberta. No fim de abril, o número de lojas chegou a 1.851. Além disso, a empresa demitiu 5.025 funcionários, tendo, atualmente, 38.098 pessoas na folha de pagamentos. Ainda, as Americanas perderam cerca de 3,2 milhões de clientes com o problema, dado que a ocupação dos estoques caiu bastante nos últimos meses.
Além disso, a empresa sofreu com grande fuga de vendedores terceirizados, que anunciavam seus produtos na plataforma das Americanas. Dessa forma, não há a perspectiva de retomada de crescimento da companhia, que cortou 90% do valor destinado a investimentos e expansão da rede em todo o país.
Agora, as Americanas devem fazer um extenso processo de recuperação judicial.
A recuperação judicial das Americanas
Com o anúncio de que as Lojas Americanas entraram em regime de recuperação judicial, muitas pessoas entenderam a gravidade do fato, mas ainda não sabem como funciona o processo. Apesar de apavorante, a medida tomada é bastante simples, mesmo que dados apontem a ineficiência do processo. E essa é a preocupação de funcionários e investidores.
Segundo dados do Serasa Experian, apenas 1 em cada 4 empresas conseguem sobreviver após o processo de recuperação judicial. Isso porque ele é um meio de renegociar dívidas entre a empresa e os credores. Todas as negociações acontecem perante a justiça, que tem o dever de tentar ajudar a empresa a manter as portas abertas.
Além disso no processo de recuperação judicial, a empresa precisa apresentar à justiça um plano de negócio para sair das dívidas, mostrando toda a reestruturação do negócio. No Brasil, qualquer empresa pode pedir essa medida judicial, com exceção de empresas estatais, de capital misto, cooperativas e planos de saúde.
Com o pedido, o caso das Americanas se tornou o quarto maior pedido de recuperação judicial do país. Veja a lista abaixo:
- Odebrecht: dívidas de R$ 83,6 bilhões;
- Oi: R$ 64 bilhões;
- Samarco: R$ 50 bilhões;
- Americanas: R$ 43 bilhões;
- Sete Brasil: R$ 19,3 bilhões;
- OGX: R$ 12 bilhões;
- Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial): R$ 12 bilhões;
- OAS: R$ 11,1 bilhões.
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