O primeiro semestre deste ano foi de aumento quando o assunto é aluguel. De acordo com números do índice FipeZap de locação de residências, nos seis primeiros meses deste ano, o valor do aluguel subiu 9,24%, três vezes mais do que a inflação registrada pelo Índice de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA), que de janeiro a junho subiu 2,87%.
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Conforme o levantamento do FipeZap, para se chegar aos números, foram considerados os preços de locação de anúncios de imóveis em 25 cidades do país – nesta pesquisa, leva-se em consideração os reajustes dos novos contratos de locação, não os dos imóveis já alugados.
Em algumas cidades do Brasil os aumentos passaram de 20%. É o caso de Goiânia e Florianópolis, que tiveram os maiores aumentos, 24,03% e 23,72%, respectivamente. Por outro lado, algumas unidades da federação apresentaram um aumento abaixo da média, sendo elas:
- São Paulo, 7,35%;
- Brasília, 7,19%;
- Salvador, 6,62%;
- Porto Alegre, 6,30%;
- E Recife 4,05%.
Conforme especialistas no setor, um fato que interferiu nos números para cima foi a alta da taxa de juros no país. De acordo com essas pessoas, com o aumento da taxa básica, aumentou-se também o custo do crédito imobiliário, o que faz com que se diminua o acesso aos financiamentos. Como existem menos pessoas interessadas em comprar imóveis, há mais pessoas morando de aluguel – com o aumento da procura por aluguel, o preço da locação também subiu.
Renegociação do aluguel
De acordo com a FipeZap, o aumento no preço dos novos aluguéis não está diretamente relacionado aos reajustes anuais do contrato de locação. No entanto, o relatório destaca que este pode ser um argumento dos donos de imóveis na hora de exigir reajustes maiores na renovação.
Atualmente, os alugueis são reajustados tendo como base dois índices de inflação. O primeiro é o IGP-M, medido pela Fundação Getúlio Vargas (IPCA). O outro é o IPCA, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O IGP-M já foi o indexador usado na maioria dos contratos. No entanto, durante a pandemia da Covid-19, com a valorização do dólar e o aumento no preço das commodities – que têm um peso grande na conta do índice – o IGP-M disparou, chegando a ter uma alta de 37% em maio de 2021 no acumulado de doze meses.
Por conta disso, vários proprietários e inquilinos trataram de adotar o IPCA para negociar os contratos. Agora, passado o período pandêmico, os números do IGP-M voltaram a desacelerar – neste ano, por exemplo, o índice acumula uma queda de 6,68%.
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