O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) revelou na noite desta quarta-feira (15) algumas projeções de analistas do mercado financeiro sobre a economia brasileira. A saber, a entidade financeira não divulga o Boletim Focus, de apresentação semanal, desde o início de maio devido à greve dos seus servidores.
Nesta atualização, o mercado financeiro reduziu a projeção para a inflação do Brasil em 2022. Em suma, a taxa deverá encerrar o ano em 8,5%, taxa 0,39 ponto percentual (p.p.) inferior à última projeção (8,89%). Esse recuo aconteceu devido ao aperto monetário promovido pelo BC, que elevou pela 11ª vez consecutiva a taxa básica de juro da economia brasileira.
Caso as projeções se confirmem, será o segundo ano consecutivo que o Brasil vai “estourar” a meta da inflação, de 3,5% para este ano. Na verdade, há um limite de 1,5 p.p. para mais ou para menos, ou seja, a inflação no país pode chegar a 5,0% em 2022 que cumprirá formalmente a meta. Contudo, a taxa inflacionária deverá ficar bem acima dessa marca.
Em resumo, o Boletim Focus traz projeções de mais de cem instituições do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do Brasil. Aliás, a inflação do país é dada através do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que desacelerou em maio e fez os analistas projetarem uma taxa menos agressiva no acumulado de 2022.
Para 2023, o mercado financeiro projeta que a inflação brasileira ficará em 4,7%, enquanto cairá para 3,25% em 2024. A saber, as altas da Selic tendem a reduzir a taxa inflacionária com o passar do tempo. E, como os juros estão muito altos no Brasil, a expectativa é que a inflação caia cada vez mais nos próximos anos.
Juros não devem subir mais no Brasil neste ano
A publicação também trouxe as novas projeções dos analistas a taxa básica de juros do país, a Selic. Em síntese, o mercado financeiro estima que a taxa fique em 13,25% ao ano no final de 2022. Inclusive, o Copom elevou nesta quarta a Selic para 13,25% ao ano, maior patamar desde 2016.
Embora os juros estejam muito elevados no Brasil, não há expectativas para novas altas da taxa Selic no decorrer deste ano. Isso quer dizer que a população não deverá sofrer com o crédito ainda mais caro do que já está. No entanto, o cenário continua desafiador, com o poder de compra do consumidor reduzido.
Por fim, vale destacar que uma Selic mais alta torna a renda fixa do país mais atrativa, pois a rentabilidade cresce. Veja aqui quanto está rendendo a poupança e outros investimentos com o novo aumento dos juros no país.
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