Cerca de três em cada dez brasileiros tendem a mudar seus votos caso a inflação continue a subir até as eleições presidenciais que ocorrerão nos próximos meses. Entre os jovens de 16 a 24 anos, metade dos eleitores diz que podem trocar suas opções em um cenário de continuação da elevação dos preços.
A inflação vem batendo recorde atrás de recorde no Brasil e o governo federal, junto ao Banco Central, vem tendo dificuldades para controlar a questão.
Eleitores descontentes com a alta da inflação
De acordo com um levantamento, 12% dos eleitores dizem que se a inflação seguir seu rumo de alta, é grande a chance de mudarem seus votos. Outros 11% dos eleitores falam que as chances são médias e 8% afirmam que mesmo que a inflação aumente ao longo dos meses pensam em mudar sua opção de voto nas eleições, porém as chances são pequenas.
Apesar disso, 68% dos eleitores afirmam que independente do caminho tomado pela inflação nos próximos meses, eles não irão mudar o rumo de seus votos.
Nesse sentido, a pesquisa mostrou que, para 53% dos brasileiros, a situação econômica possui forte influência na questão chave de escolha para o futuro presidente da república.
A inflação recorde nos últimos meses
A inflação vem batendo recorde atrás de recorde no Brasil, sendo influenciada principalmente pelo conflito no Leste Europeu que incrementou na elevação dos preços de commodities agrícolas e energéticas.
O índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, acumula 12,13% em 12 meses até abril. Segundo o Boletim Focus mais recente, divulgado no início do mês de maio, analistas do mercado esperam que a inflação sofra uma leve redução e projetem uma queda até o fim do ano. Segundo eles, a inflação está sendo projetada para terminar o ano em 7,89%.
A influência nas eleições presidenciais
Dados da pesquisa divulgados na semana passada mostraram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores, lidera a disputa pela Presidência da República com 48% das intenções de voto, patamar suficiente para garantir a vitória em primeiro turno.
Já o atual presidente, Jair Messias Bolsonaro, do PL, apareceu com pouco mais de 27% das intenções de voto, estando em segundo lugar pelo pleito.
Entre os eleitores de Bolsonaro, cerca de 33% dizem que podem mudar de voto a depender da variação da inflação nos meses recentes à eleição. Já em relação aos eleitores do Lula, esse número é menor, chegando em 23%.
O peso da da evolução dos preços na decisão de voto é maior também entre os desempregados e moradores da região Norte.