Está marcado para acontecer no próximo dia 16 de agosto a posse de Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). De acordo com informações da jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, aliados do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), tentam convencê-lo a ir ao encontro. Ele já disse que não quer.
A posse vai contar com um discurso de Alexandre de Moraes. De acordo com a jornalista, o futuro novo presidente do TSE, que é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá dar declarações firmes contra a propagação de notícias falsas e o discurso de ódio nas campanhas.
O novo presidente do TSE, que é quem comandará as eleições deste ano, também deve expressar sua confiança no sistema eleitoral e as urnas eleitorais. Bolsonaro vem atacando o processo eleitoral brasileiro e, sem provas, dizendo que o pleito pode não ser seguro neste ano.
Segundo Andreia Sadi, existem aliados do presidente que concordam que Bolsonaro não deve ir ao evento, pois, estar no local e ouvir as críticas de Alexandre de Moras ao vivo, poderia significar uma desmoralização para o chefe do Executivo.
Por outro lado, existem outros aliados que defendem que o presidente deve ir ao evento, pois isso serviria para acalmar os ânimos. Uma dessas pessoas, informou a jornalista, conversou na terça-feira (02) com Alexandre de Moraes.
De acordo com ele, o ministro não irá facilitar. Alexandre de Moraes, inclusive, quebrou uma tradição antiga e não levou o convite pessoalmente para Bolsonaro – no começo do ano, Edson Fachin, ao assumir à presidência do TSE, foi ao Palácio do Planalto e entregou o convite na mão de Bolsonaro.
Para integrantes do TSE, Alexandre de Moraes não entregou o convite pessoalmente porque, caso ele fosse ao Planalto, e Bolsonaro não comparecesse à posse, quem sairia desmoralizado seria o ministro do STF.
Bolsonaro x Alexandre de Moraes
Alexandre de Moraes e Bolsonaro protagonizaram muitos embates nos últimos meses. Isso porque o ministro é relator de uma série de inquéritos no STF, como o dos atos antidemocráticos e das fake news.
Bolsonaro, além de já ter criticado o ministro, pediu o impeachment dele no Senado. Apesar disso, a gestão de Alexandre de Moraes no TSE pode amenizar a tensão entre os poderes. Isso porque, de acordo com Andreia Sadi, ele tem uma boa relação com integrantes do governo e uma habilidade política maior do que o atual presidente do TSE, o ministro Edson Fachin.
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