Uma matéria publicada pelo jornal “Folha de S.Paulo” neste sábado (23) revelou que políticos que estiveram com o deputado Daniel Silveira (PTB) após o anúncio do perdão da pena pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na quinta-feira (21) disseram que o parlamentar confessou ter sido pego de surpresa pelo decreto assinado pelo chefe do Executivo.
Temer propõe que Bolsonaro revogue perdão a deputado, mas presidente nega proposta
O decreto em questão foi publicado com o intuito de anular a condenação do Supremo Tribunal Federal (STF), que sentenciou o deputado, na quarta (20), a oito anos e nove meses de prisão. A pena foi determinada por dez dos 11 ministros, que votaram que o deputado cometeu os crimes de coação no curso do processo (uso de violência ou de ameaça para obter vantagem em processo judicial) e de incitação à tentativa de impedir o livre exercício dos Poderes.
Conforme a “Folha”, Daniel Silveira revelou a aliados que sabia da possibilidade do perdão. No entanto, ele acreditava que o presidente iria esperar que a ação transitasse em julgado para tomar a atitude. Nesse sentido, informou o deputado federal Coronel Tadeu (PL-SP), que disse ter conversado com Daniel Silveira na noite de quinta-feira, o sentimento do parlamentar era de alegria e agradecimento.
“Ele estava alegre e agradecido. Não esperava que fosse acontecer tão rápido. Sabia que havia essa possibilidade, mas a gente imaginava que fosse ficar para depois, meses mais para frente”, disse o parlamentar.
Plano B para o caso de Daniel Silveira
Em outro momento, Coronel Tadeu, que é vice-presidente do PL, partido de Bolsonaro, afirmou que vai protocolar um projeto de lei propondo a anistia de Daniel Silveira. Isso, segundo ele, é uma espécie de plano B para caso o decreto de Bolsonaro não tenha o efeito esperado, isto é, safar o deputado de ir para a prisão.
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