O percentual de pessoas que desaprovam o governo da gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), apresentado pelo instituto Datafolha, na quinta-feira (16), acendeu um sinal de alerta para os aliados do chefe do Executivo. Segundo ele, o maior medo é que o alto índice daqueles que consideram o governo atual ruim ou péssimo chegue a um patamar capaz de comprometer as chances de uma eventual reeleição em 2022.
Assim como publicou o Brasil123, o Datafolha mostrou que 53% das pessoas desaprovavam a gestão Bolsonaro. Este número faz com que pessoas em torno do presidente, de acordo com o jornalista Gerson Camaroti, da “Globo News”, comecem a dizer que, caso não haja uma reversão rápida, esse índice passa a ser um fato proibitivo para o êxito do chefe do Executivo no próximo ano.
Ainda conforme Gerson Camaroti, pessoas próximas a Bolsonaro pensavam que, com o avanço da vacinação e a diminuição dos números da pandemia da Covid-19, as pesquisas mostrassem uma recuperação rápida de parte da queda da avaliação do presidente apontada em levantamentos anteriores.
Todavia, o que se tem visto é exatamente o contrário: os números continuam crescendo. Prova disso é que, de dezembro de 2020 até setembro deste ano, o Datafolha apontou que Bolsonaro caiu 15 pontos na aprovação, de 37% para 22%. Já o índice dos que avaliam o desempenho dele como ruim/péssimo subiu 21 pontos, de 32% para 53%.
Barulho político atrapalha Bolsonaro
Segundo as informações, integrantes da gestão de Bolsonaro afirmam que outros temas acabaram entrando na avaliação das pessoas quando o assunto é o governo do presidente.
De acordo com os aliados do chefe do Executivo, temas como instabilidade política, classificada pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como “barulho político”, a deterioração acentuada da economia do país e os seguidos ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) podem ter prejudicado a imagem do presidente perante à opinião pública.
Por fim, essas pessoas próximas a Bolsonaro temem que outros temas possam impactar ainda mais na alta desaprovação. De acordo com essas pessoas, assuntos que poderiam comprometer em definitivo a recuperação da popularidade do presidente são: a crise energética e os altos números do desemprego no Brasil.
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