Na terça-feira (12), assim como publicou o Brasil123, Jair Bolsonaro (PL), presidente da República, ligou para dois irmãos de Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) que foi morto a tiros por um apoiador do atual presidente no momento em que comemorava sua festa de aniversário.
Na ligação, Bolsonaro conversou com os irmãos da vítima, que são apoiadores do presidente, com o intuito de criar uma imagem de que a morte não teve motivação política – o tema da festa de Marcelo Arruda era o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com Valdo Cruz, jornalista da “Globo News”, aliados de Bolsonaro enxergam que a tentativa do presidente foi uma jogada de alto risco, que pode se transformar em um “grande erro político”.
Nesta quarta-feira (13), ele explicou que integrantes do comando da campanha de Bolsonaro à reeleição alertaram que o presidente, agora, será criticado por ter “estimulado” uma divisão familiar. Isso porque o chefe do Executivo não ligou para o filho e muito menos para a viúva de Marcelo, e sim somente para os membros da família que o apoiam.
A ligação foi articulada por Otoni de Paula (MDB), que é deputado federal. Ele viajou até a cidade onde o crime aconteceu depois que teve a informação de que os irmãos de Marcelo Arruda são bolsonaristas – a ligação não era de conhecimento da equipe de Bolsonaro e nem da cúpula que cuida da campanha do presidente.
Durante a conversa, Bolsonaro chamou os irmãos para uma entrevista coletiva marcada para acontecer nesta quinta (14) em Brasília. Segundo Valdo Cruz, Bolsonaro quer diminuir o desgaste em sua imagem e ainda tentar mostrar que não é a favor da violência.
“Foi uma jogada de alto risco, porque os irmãos, mesmo sendo bolsonaristas, podem não querer desrespeitar a memória do irmão assassinado”, afirmou um integrante da cúpula de Bolsonaro ao jornalista da “Globo News”.
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