Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) que, desde agosto é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), mesmo não sendo político, tem sido uma das principais figuras das eleições presidenciais que colocam frente a frente o atual presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Devido à tal influência no pleito, Alexandre de Moraes foi assunto nesta sexta-feira (21) do jornal americano “The News York Times”, um dos mais tradicionais do mundo. Em uma coluna publicada no jornal, destaca-se que o presidente do TSE tem sido a pessoa que decide “o que pode ser dito online no Brasil” às vésperas do segundo turno das eleições, marcado para o próximo dia 30.
No texto, assinado pelo jornalista Jack Nicas, destaca-se uma resolução aprovada pelo TSE na quinta-feira (20) com o objetivo de permitir que o TSE, sem ser provocado pelo Ministério Público ou por advogados, possa decidir sobre casos que já tenham tido decisões sobre conteúdo idêntico.
Conforme a publicação do “The News York Times”, este poder conferido ao TSE, que agora pode determinar de ofício, por exemplo, que plataformas removam publicações, é “uma das ações mais agressivas tomadas por qualquer país para combater informações falsas”, as famosas fake news.
Nesse sentido, o jornalista contextualiza o que vem acontecendo no país às vésperas do resultado das eleições de 2022, citando conteúdos falsos que associam Lula ao satanismo e ao fechamento de igrejas e as fake news que relacionam Bolsonaro ao canibalismo e pedofilia.
Por fim, o comunicador destaca que o país virou um “caso de teste” no debate para saber até onde vão as fake news. “Ao permitir que uma única pessoa decida o que pode ser dito online no período que antecede as eleições de alto risco, que serão realizadas em 30 de outubro, o Brasil se tornou um caso de teste em um debate crescente sobre até onde ir no combate às ‘notícias falsas’”, diz o artigo publicado no New York Times.
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